Os verdes anos de Pepe e Cristiano Ronaldo
Pepe e Cristiano Ronaldo em 2002, na Academia de Alcochete (Foto Rui Raimundo)

Os verdes anos de Pepe e Cristiano Ronaldo

OPINIÃO11.08.202410:30

17 de julho de 2002, Pepe e Cristiano Ronaldo a correrem lado a lado num dos relvados da Academia de Alcochete, uma foto icónica - 'Hat trick', o espaço de opinião de Paulo Cunha

1 Sem uma palavra sequer a legendá-la, uma fotografia consegue transmitir informação e emoção em doses avassaladoras. No arquivo fotográfico de A BOLA há milhares e milhares de fotos capazes de contar a história do desporto nacional das últimas oito décadas e uma delas — pequena gotinha num oceano de imagens — retrata Pepe e Cristiano Ronaldo a correrem lado a lado num dos relvados da Academia de Alcochete.

Era o início de uma corrida que acompanhei — acompanhámos todos — à medida que se tornavam amigos inseparáveis e se transformavam no melhor defesa e jogador de sempre do nosso futebol. A lente do grande Rui Raimundo, a 17 de julho de 2002, imortalizou os então dois jovens — o central de 19 anos, o avançado de 17, ambos nascidos em fevereiro — quando tentavam impressionar Laszlo Boloni.

Vinte e dois anos depois, Kepler Laveran de Lima Ferreira anunciou o fim da carreira, sem representar os leões, apesar de ter impressionado o técnico romeno que guiara o Sporting ao título na época anterior. À data diretor desportivo dos verdes e brancos, Carlos Freitas contaria por que razão Pepe não ficara em Alvalade. «O Danny [atacante contratado ao Marítimo nesse defeso] chegou e disse: ‘Agradeço a oportunidade, mas bom, bom mesmo é o Pepe. Acertámos a vinda dele para um período de testes, a nossa avaliação foi positiva, mas não tínhamos os 900 mil euros para fechar a contratação.»

Um dos capitães leoninos, Rui Jorge, estranhou igualmente o regresso à Madeira — onde seria moldado por Nelo Vingada — de um miúdo com tanto potencial: «Impressionou-nos naqueles dias, não percebemos os porquês de não ter ficado connosco.»

Um ano depois, a 6 de agosto de 2003, na inauguração do novo Estádio José Alvalade, Cristiano Ronaldo pintou a manta diante do Manchester United e no final da partida, aconselhado pelos próprios jogadores, incrédulos com o talento daquele madeirense endiabrado, Alex Ferguson mandou passar o cheque e CR7 rumou a Old Trafford.

E eis o efeito borboleta a ditar as coordenadas do destino dos dois futebolistas mais marcantes do século XXI português. Pepe e Ronaldo voltariam a posar juntos, agora com o estatuto de estrelas planetárias, tanto no Real Madrid como na Seleção. Mas fotografia tão icónica como aquela dos verdes anos nunca mais foi revelada.

2Fernando Pimenta terminou em sexto o K1 1000 metros nos Jogos Olímpicos. No final, desiludido, pediu desculpa aos portugueses. Desculpa? Desculpa devíamos pedir nós, uns mais que outros, é certo, que só de quatro em quatro anos nos lembramos que há uma modalidade chamada canoagem.

3Patrícia Sampaio, Iúri Leitão, Pedro Pablo Pichardo e Iúri Leitão/Rui Oliveira. Que alegria! Não há magia como a dos Jogos Olímpicos. Com ou sem medalhas.