Os três grandes em estado de emergência
João Pereira, Vítor Bruno e Bruno Lage, treinadores de Sporting, FC Porto e Benfica, respetivamente (Fotos: Miguel Nunes)

Os três grandes em estado de emergência

OPINIÃO19.12.202409:30

Pouco futebol, resultados indefinidos até aos últimos instantes dos jogos e muito nervosismo colocam Sporting, Benfica e FC Porto nesta fase da temporada em estado de emergência

Pouco futebol, resultados indefinidos até aos últimos instantes dos jogos e muito nervosismo colocam Sporting, Benfica e FC Porto nesta fase da temporada em estado de emergência. Em comum, as equipas dos três únicos candidatos ao título de campeão nacional, a qualidade exibicional sofrível.

Os leões a milhas do patamar alcançado já esta época com Ruben Amorim, disfarçam mal as debilidades e insuficientes na era João Pereira, para o que as duas vitórias consecutivas são ténue panaceia. Ainda a de ontem, para a Taça de Portugal, no prolongamento, sobre ao Santa Clara, foi sintomática da crise de confiança que grassa na equipa sportinguista e ao que a impaciência dos adeptos em nada ajuda a debelar. Por isso, nervos, muitos, refletidos em expulsões, duas, uma do suplente Ricardo Esgaio, no banco. João Pereira não lidera, não transmite a confiança que os jogadores dentro e fora do relvado necessitam. Ao treinador leonino não se vislumbra essa capacidade agregadora e mobilizadora, a não ser que a acumulação de vitórias lha proporcione.

Série vitoriosa duradoura era o que garantia ao treinador Bruno Lage manter aparente boa sustentabilidade no Benfica - e à equipa. Essa terminou na jornada transata do campeonato, na Vila das Aves, sem brilho e, pior, antevendo-se pelo desempenho mediano, e em declínio, que o conjunto encarnado vinha a exibir há alguns jogos. O duelo de hoje, no Funchal, com Nacional – ainda ameaçado pelo nevoeiro que já o adiara – assume importância acrescida. Ou o conjunto benfiquista mostra na Choupana que a recente escorregadela foi única ou uma segunda consecutiva poderá voltar a puxá-las para baixo, depois de tanto esforço, com Lage, para se reerguer para a luta. Uma coisa é certa, e não depende do resultado na Madeira: a águia tem de jogar mais, muito mais, e nas adversidades o treinador tem de mostrar que tem melhor golpe de asa.

No FC Porto, as mesmas causas, a qualidade insuficiente do futebol praticado pela equipa e a contestação crescente ao treinador Vitor Bruno, geram ainda maior nervosismo, que já atingiu, sem espanto, o presidente André Villas-Boas, envolvido em polémica com adversários no túnel do Dragão no final do jogo com o Estrela. Mau exemplo de quem deveria dar bom, mas que infelizmente não é exclusivo do líder portista. No Benfica, Rui Costa também tem cadastro em incidentes do género naqueles acessos ao relvado/balneário. Só Villas-Boas, por ser recente no cargo, ainda não se tinha iniciado nesses maus comportamentos.