Os peritos na arte de guardar balizas
Atletas (peritos em redes)
O futebol brasileiro é universalmente conhecido, e admirado na terra inteira, pela técnica invulgar dos seus atletas. Posto isto, não foi propriamente devido a alguma escola de goleiros que o Brasil conquistou fama. Todavia, a presente composição do Escrete, por estes dias em Portugal, ostenta dois dos melhores peritos mundiais na arte de guardar as balizas, a nomear: o actual titular, Alisson, do Liverpool, e o nosso Ederson, do Manchester City, que é, na minha opinião, apesar de suplente, o legítimo primus inter pares de quantos oficiam nessa posição específica. À frente de Courtois, Neuer, De Gea ou Oblak. Também em Portugal, e já de há algumas épocas para cá, não são poucos os guardiões brasileiros de indiscutível categoria, de que são exemplos Helton Leite, Caio Secco, Jhonatan, Muriel ou Léo Jardim, só para citar alguns dos que se estrearam nestas duas últimas temporadas.
Já Vaná e Fabiano, também brasileiros, não vão poder sair do banco ou da bancada, considerando a permanência de Casillas no Dragão por mais dois anos, confirmada que está pelo próprio. Em conformidade, aguarde-se então para ver como vai agora o clube gerir, ou não, as carreiras de Diogo Costa e Mbaye.
Cromos (um tridente mortífero)
NUMA altura em que as seleções voltam a interromper as principais competições, é tempo de editar o anúncio. Assim, minhas senhoras e meus senhores, meninas e meninos, respeitável público, tenho a honra de vos apresentar o último modelo do mais potente tridente do mundo: o fantástico ataque polaco composto por Robert Lewandovski, Arkadiusz Milik e Krzysztof Piatek.
‘Joker’ (a música do Liverpool)
Repito o que já aqui havia confessado: a única equipa do mundo de que tenho verdadeiro receio é o Liverpool. Claro que o City de Guardiola é também uma fantástica máquina de precisão, que o Barcelona é sempre o Barça, pelo menos enquanto houver Messi, e que a Juventus, mesmo estando cada vez mais Vecchia (numa curiosa contradição com o seu nome oficial), dispõe agora de um rapaz novo que muito promete e a quem chamam CR7. Em contrapartida, o Man. United ainda não voltou a ser o que já foi e o Tottenham nunca foi nem é o que sonha poder vir a ser, enquanto o Ajax, a equipa preferida da minha meninice, (a)parece aqui como um intruso. Mas quem quer que jogue com o Liverpool não pode deixar de sentir que a música deles é outra. E por falar em música: não há nenhuma forma de acabar com alguns chavões, como é o caso da suposta necessidade de acrescentar ao nome próprio da cidade a circunstância de ser a ‘terra dos Beatles’? Sim, isso não deixa de ser verdade, mas em matéria de futebol tal referência é totalmente despropositada. Se alguma fosse porventura precisa, então o mais adequado seria dizer «Liverpool, a cidade de Gerry & The Pacemakers», autores da fabulosa canção que é a genuína alma do clube (You’ll never walk alone). É virtualmente impossível permanecer alheado quando o estádio inteiro entoa em uníssono este verdadeiro hino de exaltação. De resto, tal dimensão encantatória só encontra paralelo na famigerada Haka dos All Blacks, a selecção neo-zelandesa de rugby.
Concluindo: neste nível, em que só restam oito equipas, tem de se admitir que qualquer uma pode vencer qualquer outra.
Diz-se, e muito bem, que há que dançar conforme a música. Outra coisa totalmente distinta é calhar na rifa a mais desengraçada e assustadora criatura do baile.