O telemóvel de Messi
Lionel Messi (IMAGO)

O telemóvel de Messi

OPINIÃO10.06.202407:30

Entrevista descontraída mostrou novo lado do argentino

É raro ver Lionel Messi tão descontraído quando não está num campo com a bola colada aos pés. Sentado para uma entrevista com o compatriota argentino Joaquin Alvarez, cruza as pernas e reclina-se para falar de tudo. De muito o que não se sabe sobre tanto que se vê de Messi.

Confessa que a mulher o ajuda (e veta) na escolha de roupas para sair, diz que precisou de ir ao psicólogo no Barcelona, não é muito bom a reagir a prendas, nem gosta de se ver – nunca reviu na TV a final do Mundial do Catar em que se sagrou campeão do Mundo - fala da avó e dos golos que lhe dedica e partilha um lado mais humano, menos de estrela.

Na conversa com o Infobae, fica desarmado quando lhe perguntam o nome do grupo de Whatsapp da seleção argentina. «Não sei», diz. «Como não sabes?» «Tenho de procurar», e saca do telefone. Depois seguem-se alguns segundos de algo tão mundano como ver alguém a mexer no aparelho que hoje em dia toma tanto tempo nas nossas vidas, das horas, às notícias, às fotos de tudo, a saber se vai chover. Só que é Messi. O entrevistador impacienta-se. «Estás agora na seleção, deve estar aí no topo…» «É que apago muito, tem de ser… Cá está, ‘Campeões do Mundo’». Só podia…

Ver Messi a falar do Whatsapp é estranho. Será que também está nos grupos da escola dos filhos? Responde aos pedidos de páginas do TPC? Ou isso fica para Antonela? Quando se ganha o estatuto de superestrela planetária, as coisas mais simples ganham uma dimensão diferente – como quando Michael Jackson mandou fechar um centro comercial para ir às compras. Ver como era «ir a um desses supermercados». Um recluso da fama, como Messi também é, embora em Miami já se aventure a ir também às compras com a família. O lado mais humano é importante e a estrela só ganha quando se permite mostrá-lo.