OPINIÃO O mestre André

OPINIÃO25.08.202411:00

No maior secretismo e à moda antiga, o presidente do FC Porto fez a contratação sonante de Samu Omorodion. Francisco Conceição emprestado, mas sem opção de compra. Como exigia!

Apesar de o saneamento financeiro ser a grande prioridade de André Villas-Boas, procurando soltar o clube das amarras provenientes de uma gestão danosa levada a cabo na última década, André Villas-Boas, num jogada de verdadeiro mestre, meteu-se num avião rumo a Madrid e aí desferiu um golpe de génio no mercado de transferências, contratando um 9 de excelência para o imediato e que pode ainda render muito dinheiro no futuro a breve trecho.

O negócio feito com o Atlético de Madrid por Samu Omorodion, oficializado na noite de sexta-feira, diz que o FC Porto vai pagar 15 milhões de euros pelo seu passe, um jogador que dias antes esteve na prestes a assinar pelo Chelsea por 35 milhões de euros, ficando agora preso por uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros aos dragões. A joia do futebol espanhol, que também tem nacionalidade nigeriana, chega a título definitivo, conservando o clube portista «duas opções de compra não obrigatórias» por mais 15% do passe, 5 milhões de euros cada. No total, o FC Porto pode ficar com 80% dos direitos do atleta por 25 milhões de euros.

Com as saídas de Taremi, Evanilson e Toni Martínez, responsáveis por mais de 50 por cento dos golos azuis e brancos nas últimas temporadas, os dragões teriam forçosamente de fazer ataques cirúrgicos no mercado, mas esta contratação é digna dos mais rasgados elogios pelos valores envolvidos, pelo timing da operação e também pelo secretismo com que foi feita, sem que o mundo do futebol soubesse de qualquer sinal da mesma antes de se tornar oficial.

Sem as armas dos rivais Sporting e Benfica, mais desafogados do ponto de vista monetário, André Villas-Boas elevou muito a fasquia das contratações, que não vão ficar por aqui. No que diz respeito à linha avançada, o mediático Samu Omorodion e o ilustre desconhecido Deniz Gul, proveniente do modesto Hammarby, fecham a linha atacante dos azuis e brancos, que terá ainda como alternativas Danny Namaso e Fran Navarro.

Sem dar nas vistas, o que é a sua imagem de marca, Andoni Zubizarreta teve um papel também determinante nesta aquisição, um oportunidade de mercado que a SAD do FC Porto agarrou de forma assertiva, recuperando a velha imagem de ataques letais a reforços e, mais do que tudo, sem que a transferência saísse da esfera do futebol profissional portista.

Se no campo financeiro André Villas-Boas vai dando provas de inequívoca competência, ultrapassando problemas graves como o fair-play financeiro da UEFA, as renegociações do contrato com a Ithaka e da dívida herdada com a banca internacional, no plano desportivo também tem sido bem-sucedido nos movimentos de mercado. A chegada de Samu Omorodio é um belo exemplo, mas até dia 2 de setembro as novidades não se devem ficar por aqui em termos de impacto. Há negociações avançadas e bem encaminhadas com o Arsenal para se concretizar o regresso por empréstimo de Fábio Vieira e também a contratação de Nehuén Pérez, duas mais-valias que, a serem fechadas, fecham o plantel em termos de reforços nesta janela de transferências de verão. Resolvida também a questão de Francisco Conceição. Como AVB queria, empréstimo... sem opção de compra.

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