19 janeiro 2025, 16:12
Man. United: com erros assim, a tempestade não passa... (crónica)
Turma de Ruben Amorim perdeu frente ao Brighton, por 3-1, e, três jogos depois, voltou a conhecer o sabor da derrota
O Manchester United continua em queda, apesar dos muito bons treinadores e dos bons jogadores. Ninguém me tira da cabeça que o problema se centra no fantasma de um escocês de 83 anos.
Primeiro, os factos. Quando Ruud van Nistelrooy (já depois de Erik ten Hag) deixou o Manchester United, em meados de novembro do ano passado, após a 11.ª jornada, os red devils estavam no 13.º lugar com 15 pontos e 12-12 na diferença de golos. Agora, 11 jornadas volvidas, o Man. United mantém-se no 13.º lugar com 26 pontos e 26-32 entre golos marcados e sofridos. Menos quatro pontos do que nos 11 primeiros jogos, mais dois golos apontados e mais oito sofridos. O top-4 da Premier League, objetivo mínimo e assegurável, estava à distância de quatro pontos e agora está pelo menos a 12, pois o Chelsea tem um jogo em atraso. Ontem, frente ao Brighton mais uma derrota em casa. A sexta em 12 jogos na época: duas para Ten Hag, quatro para Amorim. Pior, dizem as estatísticas, só recuando até 1893/1894. Ainda Pinto da Costa não era nascido. O efeito Ruben Amorim não está, pois, a funcionar.
19 janeiro 2025, 16:12
Turma de Ruben Amorim perdeu frente ao Brighton, por 3-1, e, três jogos depois, voltou a conhecer o sabor da derrota
Segundo, a interpretação. Podem ser atribuídas culpas a alguém em especial? Evidentemente que sim. Comecemos pelos treinadores. Entre provisórios e definitivos, o Manchester United teve alguns dos melhores deste século: Moyes, Giggs, Van Gaal, Mourinho, Solskjaer, Carrick, Rangnick, Ten Hag, Van Nistelrooy e Amorim. Moyes, Van Gaal, Mourinho, Rangnick, Ten Hag e Amorim não são bons? São. Cometem erros? Sim. Mas são bons. Não parece, pois, que o problema esteja nos treinadores.
Passemos aos jogadores. De 2014 para cá, o clube teve jogadores como Ferdinand, Rooney, Mata, Nani, Van Persie, Di María, Falcao, Pogba, Ibrahimovic, Lukaku, Rashford, Bruno Fernandes, Cavani, Alex Telles, Ronaldo, Varane, Shaw, Lisandro Martínez, Mount, Hojlund, Diallo, Wan-Bissaka, De Ligt ou Garnacho, entre muitos outros. Grandes jogadores, claro, mas se os compararmos com os que representa(ra)m o Manchester City, a diferença é abissal. Há ainda os adversários. O Man. City cresceu ($$$$$) muito, o Liverpool estabilizou ao mais alto nível, Arsenal e Chelsea são sempre candidatos fortíssimos e, pelo meio, surgem Leicester, Aston Villa, Nottingham Forest ou Newcastle como aparições súbitas. Enquanto isso, os red devils estagnam.
19 janeiro 2025, 17:45
Manchester United perdeu na receção ao Brighton
Terceiro, a conclusão. Se a culpa não é dos treinadores, nem da maioria dos jogadores, tem de ser do próprio clube. Da forma como não se adaptou aos novos tempos. Viveu talvez demasiado tempo ao colo das ideias e do temperamento de Alex Ferguson. O escocês saiu no final de 2012/2013 e com a Premier League no bolso, com nove pontos de avanço sobre o City. Pensando bem, entre factos, interpretações e conclusões, a culpa deve ser mesmo do fantasma de Sir Alexander Chapman Ferguson.