O enquadramento das estruturas
No FC Porto, é imperioso colocar as linhas certas para o comboio, em andamento veloz, atingir os objetivos, a todos os níveis
N O início de cada época, todos pensam como conseguir funcionar em uníssono um clube, uma empresa, uma escola, ou até um governo. Para isso, analisam as virtudes, as necessidades, os meios, os erros a evitar e procuram definir metas e estratégias que conduzam ao sucesso.
Palavras vãs não têm sentido, porque o mais importante é atingir as metas que foram estabelecidas previamente. No FC Porto, é imperioso colocar as linhas certas para o comboio, em andamento veloz, atingir os objetivos, a todos os níveis.
1. GESTÃO ECONÓMICA
M UITOS criticaram com veemência a definição das estratégias para o crescimento, nas condições complexas em que se movimentam clubes com orçamentos de outra galáxia. Foram muitas as críticas, muito duras, à filosofia da gestão do clube porquanto os azuis e brancos competem no campo, de igual para igual, com armas muito diferentes, mas com a coragem do dragão.
Depois de tanta polémica criada por ventos adversários e sistemáticos, ficamos a saber que o FC Porto não está em risco de entrar nessa conjuntura difícil do fair-play financeiro, embora esse sistema careça de renovação e paridade. A possibilidade de entrar nesse pesadelo passou à história, porque a UEFA cria modelo inovador que adapta as regras das competições nacionais.
Para além do plano B, a SAD azul e branca decidiu vender o passe dos jogadores pelo respetivo valor da cláusula. Há ainda pormenores que têm de ser aprimorados. No fim da próxima época, somente um clube se apura para Champions, o que obriga a vencer o campeonato. A análise da gestão financeira deve ser um universo coerente de colaboração e definição de apoios.
Cumprindo a lei, com solidez económica, vem aí a centralização dos direitos, assim como as mais-valias a conseguir pelo naming do Estádio e do Pavilhão. Em ternos de definição temos de manter uma equipa com valor para lutar pelo título e conquistar lugar na Champions.
Há estratégias que permitem maior segurança global. Sem decisões de conjuntura, o clube define regras para o futuro, como por exemplo traçar os requisitos exigidos para liderança da Direção e da SAD, as datas definidas para eleições, os requisitos para poder votar, os locais de voto e a duração dos mandatos.
O Programa de Benefícios dos Clubes (PBC), compensou os diversos clubes que libertaram jogadores para o último Mundial, com o acordo da Associação Europeia de Clubes (ECA) e desse modo, entre outros, Benfica, FC Porto, Sporting e Braga, receberam respetivamente: 1,7 milhões, 1,6 milhões, 1,2 milhões e 340 mil euros.
2. CONSTRUÇÃO DA EQUIPA
U M grande Presidente só pode ter no clube um enorme treinador, como é o caso de Pinto da Costa e de Sérgio Conceição. O treinador, para além das dispensas, das chamadas de jovens e de reforços efetivos (embora possam acontecer mais surpresas) já está a construir uma equipa reforçada, colmatando algumas lacunas da época anterior e mantendo a capacidade de qualificar jogadores que foram e são surpresas, apenas para quem não consegue detetar os progressos de todos os jogadores.
Sérgio e o seu staff são quem mais trabalha, quem define as dinâmicas e aperfeiçoa o modelo de jogo.
A sua forma de aproveitar as condições e capacidades dos atletas e a estratégia em levá-los para patamares mais elevados, é reconhecida em Portugal e no estrangeiro. E se são referenciados vários jogadores, cirurgicamente escolhidos, os dragões vão ter equipa mais forte, com valores individuais que acrescentarão maior domínio do jogo, mais intensidade e uma eficácia reforçada.
Por mais insistências que clubes estrangeiros continuem a tentar desviar alguns dos craques do FC Porto, o clube manterá a sua coesão, cada vez mais, sem perder o equilíbrio emocional - universo em que alguns árbitros são férteis em confusões, lances que se tornam invisíveis até para o VAR e respetivos assistentes, sem rigor, com erros inaceitáveis, porque a tecnologia não falha, mas quem decide acrescenta uma taxa de erro que é imperdoável, perante uma despesa imensa para impedir a falha e manter a verdade do jogo.
Claro que num clube como o FC Porto há sempre atletas que são desejados por grandes clubes internacionais (atualmente na moda dos clubes da Arábia Saudita), contudo, os nossos talentosos jogadores deverão sempre pensar bem, porque as promessas exageradas poderão acabar com carreiras que deveriam ser brilhantes e que por vezes, para além dos chorudos vencimentos, pode acrescentar banalidade e perda de competitividade no contexto dessas equipas.
Há bons jogadores, mas o talento prefere outras latitudes, onde o futebol é um jogo, mas também uma cultura alicerçada.
O que Sérgio traz consigo é trabalho, títulos, competência, intensidade, posse de bola, estratégias que bloqueiam adversários, uma entrega total e um exemplo de liderança e sabedoria. Recordemos que na época passada, na qual houve alguns lapsos decisivos, mesmo com um adversário direto, com um plantel maior e mais valioso, o FC Porto, só no segundo final do último jogo, perdeu esse título de forma discutível.
A Comunicação Social fala muito do goleador espanhol Fran Navarro (já a marcar golos), de Varela como eventual reforço dos azuis e brancos, excelente médio argentino do Boca Juniors, com contrato alargado e espaço para se mostrar como jogador influente.
O nosso comandante Lucho González elogia Varela que, caso venha a ser dragão, se poderá tornar um jogador de grande valia e importância na equipa. Também correm fortes rumores sobre Nico González, médio espanhol muito competente e criativo, com quem os azuis e brancos procuram surpreender, reforçando uma equipa coesa e forte que, em breve, irão apresentar.
No FC Porto, Otávio e Taremi (que foram respetivamente o melhor jogador e o melhor marcador da época passada) tiveram vários interessados na sua contratação. Esta época vai definir o futuro das competições europeias e, a partir daí grandes mudanças vão ocorrendo, numa luta muito mais intensa pelo primeiro lugar em cada campeonato.
Otávio tinha até ao dia 15 deste mês uma cláusula de rescisão de 40 milhões e, a partir de agora, esse valor passou para 60 milhões, o que permite ao FC Porto manter um jogador muito importante ou então arrecadar uma verba muito elevada, tanto mais que Uribe saiu.
O Milão (o Inter aguarda) revela forte interesse em contratar Mehdi Taremi, 31 anos, com mais uma época de contrato (urgente uma atenção rigorosa para encontrar a melhor solução: desportiva ou económica); para já, há quem pode oferecer verba necessária para se entender com os azuis e brancos, pela sua qualidade e experiência na Champions.
3. UNIVERSO PORTO: ADEPTOS
O FC Porto é um dos alicerces do nosso futebol e do desporto em geral. Os adeptos são essenciais para manter viva a vontade de vencer. Tudo ao clube e nada para quem nos provoca e nos tenta desprestigiar. Temos a nossa identidade, os nossos títulos e equipas fantásticas ao longo dos tempos. Há títulos internacionais que só o FC Porto conquistou.
Apesar de tempos ancestrais com erros que evitaram a conquista de alguns títulos, em diversas modalidades, os adeptos são essenciais para motivar a equipa a jogar mais, melhor e a vencer. As três equipas são fundamentais, contudo o nosso foco dirige-se para as camisolas do clube, para nós o nosso mundo.
Apoiar sempre, mesmo quando o jogo não estiver a correr muito bem, é dever nosso pois é nesses momentos que damos mais força à equipa para superar todos os problemas.
Evitar multas valiosas e manter a nossa força unida no apoio aos atletas e equipa técnica. As críticas fazem-se em casa, ou em sessões no estádio, em público daremos sempre o máximo porque os adeptos são fundamentais para criar um ambiente único e de grande apoio aos nossos jogadores.
Vocês são um pilar forte que suporta o clube com sustentabilidade e união.
As vitórias são sempre dedicadas aos adeptos e, em momentos menos felizes, os adeptos intensificarão os aplausos para rapidamente se ultrapassar um momento menos bom, que esperamos não aconteça.
4. MEMÓRIA E LEALDADE
E NTRE muitos exemplos, poderemos recordar que Rúben Neves, atualmente no Al Hilal, afirmou recentemente a honra que sentiu em ter sido o capitão mais jovem do FC Porto, usando a braçadeira num jogo da Champions. «Amo o FC Porto. Na minha família são todos adeptos do FC Porto e quando mais novo estava sempre no estádio a apoiar».
REMATE FINAL
A Seleção Nacional de Sub-19 perdeu na final, com a equipa italiana que se sagrou campeã europeia. Na primeira parte, Itália entrou forte e determinada, com pressão e objetividade. Portugal deu muitos espaços ao adversário e só no segundo tempo conseguiu ter mais bola, mas faltou eficácia, intensidade e criação de lances de perigo. Arbitragem de fraco nível.
Dia 23 deste mês, estreia-se no Mundial, que vai decorrer na Austrália e na Nova Zelândia, a nossa Seleção Nacional Feminina de Futebol, no jogo com os Países Baixos. Que o sucesso acompanhe Portugal!