O bom exemplo de Luís Magalhães e os infames olés em Alvalade
O treinador de basquetebol do Sporting no reconhecimento da superioridade do adversário como causa da derrota; e após 210 minutos em que a Seleção foi superior à Dinamarca em menos de 30, o público português entoou desrespeituosos ‘olés’
Dois casos antagónicos, de presença e de ausência, de fair-play, em palcos, modalidades e com protagonistas distintos. O primeiro, de elogiável desportivismo, exemplo de clarividência no reconhecimento da superioridade do adversário como causa da derrota, do treinador de basquetebol do Sporting, Luís Magalhães, após a final da Taça de Portugal, que a sua equipa perdeu frente ao FC Porto por resultado pesado, de 21 pontos de desvantagem (94-73).
O técnico leonino afirmou, resumidamente, o seguinte: «Não há que dar desculpas e há que dar os parabéns a quem ganhou claramente. Hoje recebemos uma lição do FC Porto de bem jogar basquetebol, de bem defender, de bem atacar e de bem jogar coletivamente».
Discursos táticos fastidiosos, com desculpas diversas e/ou ataques à arbitragem e/ou exortação de virtudes duvidosas à equipa própria são costumeiros em treinadores de todas as modalidades (mais no futebol), que a sobriedade e a capacidade de autocrítica de Luís Magalhães desmontam, reduzindo-os a mera retórica.
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Em contraponto, um exemplo de gravíssima falta de fair-play, no recente jogo da Taça das Nações entre Portugal e a Dinamarca, em Alvalade. Após 210 minutos em que a nossa Seleção foi superior à antagonista em menos de 30, o público que encheu as bancadas do estádio do Sporting entoou ‘olés’ durante as derradeiras jogadas da equipa das quinas. Uma lamentável, condenável e constrangedora falta de respeito e desportivismo, que reflete a falta de cultura desportiva em Portugal.