Novas eleições na FPF

Novas eleições na FPF

OPINIÃO18.05.202306:30

Seria vantajoso não alimentar vaidades, mas antes listas que nos orgulhem a todos os que amam o jogo e querem o melhor para sempre

Opróximo ano vai ser um tempo de mudança a começar pelas eleições federativas, que certamente já se estão a preparar com a antecedência adequada, para se conseguir um passo de gigante. Contudo, os tempos mudam e temos de os liderar com evoluções sistemáticas. A FPF, com o reconhecimento internacional adquirido, precisa agora de uma mudança estrutural (interna, mas também internacional) para que o futebol conserve a magia do jogo, com a visão de antecipação para os tempos que se aproximam. Como negócio de muitos milhões à escala global, é preciso contar com a experiência reconhecida para elevar o futebol para outros patamares de excelência. Em 2024, essa eleição será determinante para o futuro do jogo.

Personalidades com prestígio reconhecido, com conhecimento estruturado do universo do futebol, vão criar uma visão global. Por isso, será muito importante uma lista de reforço de alicerces, com imparcialidade, sem grandes nem pequenos, mas todos com a mesma forma de tratamento e controlo sistemático. Os membros dos Conselhos da FPF têm de dominar os seus setores, com rigor e sem clubismos, para prestigiar e ter influência a nível mundial, pela competência, pela criatividade que valoriza a excelência, em todas as áreas. Ou seja, tornar a contribuição de Portugal como indispensável, porque excelente e antecipando ventos e marés que a tradição nacional de navegar por todo o mundo, reforça. Não precisamos de destacar pessoas, mas antes que os resultados dos projetos sejam cumpridos. Por isso, seria vantajoso não alimentar vaidades, mas antes listas que nos orgulhem a todos os que amam o jogo e querem o melhor para sempre. A competitividade é um destino irreversível que, aliado à inteligência e ao trabalho qualificado, manterá sólidos e exemplares alicerces. Nas próximas eleições terão de ser definidas as metas e compor as equipas com sabedoria para todas as áreas. Queremos o melhor de tudo e não aventuras oportunistas para manter lideranças que deixam marcas de passado, porém o que todos precisamos é de um indestrutível compromisso. A componente do negócio é o ponto essencial para defender os clubes, valorizar os adeptos e escrutínios para o desenvolvimento. A mentalidade evolui e da separação entre os ‘grandes e os pequenos’ têm de nascer competições exigentes e prestigiadas para todos, com apoios semelhantes. Centralizar é essencial para que os procedimentos tenham sucesso e aproximem os clubes e as SAD, assim como os outros organismos que envolvem o jogo de sempre. Por isso, pensem bem, escolham os projetos indispensáveis e os mais qualificados para concretizar e não por escolhas clubísticas. As mudanças são imprescindíveis, mas unindo e nunca criando blocos com fanatismo. A arbitragem será sempre uma área em renovação que terá de corrigir falhas e de valorizar os árbitros que conseguem prestações de grande qualidade. E naturalmente conseguiremos, com firmeza e sem vacilar, transformar os jogos num momento de grande emoção, mas também com a certeza da tolerância e do respeito. A violência nunca nasce no futebol, mas é a sua grande vítima, que merece mais cuidado e um combate diário. Nada justifica que adeptos de um clube fomentem guerras e conflitos violentos, porque não fazem sentido e merecem ser sancionados. De igual modo, os inúmeros comentadores televisivos seriam mais importantes pelos contributos que ajudem ao desenvolvimento e nunca para amesquinhar os adversários, esquecendo os próprios falhanços. Pode parecer utopia, mas Portugal será sempre um espaço de grande capacidade para dar novos mundo ao mundo. Até na qualidade da nossa formação de jovens jogadores somos elogiados e reconhecidos, assim como nos treinadores excelentes que temos, espalhados pelo mundo inteiro. Tentemos fazer do futebol o grande projeto nacional que consiga ser um centro de influências decisivas, para um desenvolvimento sustentado. Temos o que é preciso para influenciar as mudanças indispensáveis, sem vaidades nem divisões sem nexo. O futebol é um exemplo claro do que é uma equipa vencedora: onze em campo, para conservar a posse da bola, controlando o adversário e criando estratégias que permitam fazer golos. E quem fizer mais golos (na baliza adversária) dentro da legalidade, é quem vence.
Estamos na fase decisiva para atribuição do título, dos apurados para as provas internacionais e das descidas de divisão, com influências que não deverão acontecer porque são sinais do empobrecimento do futebol português, nunca tolerando o erro sem castigo. A procura incessante de indícios que nada tem a ver com o jogo, alcança dimensões, que só acredita quem não pensa. Não será por esgotar os bilhetes de um estádio que o resultado está feito… No final, o fair-play tem de ser um facto real com dignidade e sem insultos.


VISÕES DIVERGENTES

Oainda presidente da FPF e o atual presidente da Liga Portugal expressaram o acordo para criar um quadro legislativo mais coeso, estruturado e com eficácia na regulamentação das SAD. Só assim a transparência poderá alcançar alicerces indestrutíveis. O objetivo é a definição de um enquadramento normativo e exigente para as SAD. O presidente da Liga destaca a importância dessa alteração como oportunidade a não desperdiçar e revelando eficácia. Destacou ainda que é preciso superar imperfeições na proposta de lei. Entregar a fiscalização dessa legislação a uma nova entidade (Plataforma de Combate à Manipulação de Competições Desportivas) seria um acréscimo sem sentido e incapaz de gerir essa eventual nova plataforma. O Presidente da Liga afirmou que há «condições para criar uma lei bem estruturada, forte e que não desiluda». E assim surge a divergência: a Liga pretende manter a Comissão de Auditoria, mas a FPF continua a entender que a função seja exercida por entidade externa. A primeira hipótese é muito mais estrutural do que a da FPF. Por outro lado, é o momento de criar as alterações imprescindíveis. Aguarda-se que a Assembleia da República, consagre os meios para superar questões essenciais da composição das SAD.


A ‘FÉ’ NA LIGA

Tanta fé e tantos adeptos se deslocaram a Portimão para apoiar o Benfica, exigindo o máximo de aplicação e sem colocar a hipótese de que o jogo se pudesse complicar. Para além da goleada inesperada, ocorreram alguns momentos que mancharam o jogo: o primeiro golo dos encarnados logo aos 4’, num lance impossível de visão correta, porque o árbitro assistente estava a alguns metros da linha final e, portanto, da defesa do guarda-redes do Portimonense, é um facto sem certeza de que a bola tenha entrado totalmente na baliza, sem que o árbitro, tenha recebido de imediato, o sinal de confirmação de golo. Paulo Sérgio exclamou: «Ninguém sabe se a bola entrou» e estamos a falar de jogos da Primeira Liga Nacional! Afinal ainda há estádios sem a tecnologia que comunica com o aparelho no pulso/relógio do árbitro, quando a bola entra totalmente na baliza. Um dos diversos árbitros que avaliaram esse lance num jornal, afirmou: «Ficámos com a sensação de que a bola não ultrapassou por completo a linha de golo».

Esses lances têm tecnologia específica, ou não? Depois, o lance com Morato, deixou dúvida de toque da bola na mão, que o árbitro deveria ter analisado no monitor do VAR, para esclarecer devidamente. O árbitro, depois de apitar em Madrid, voltou a ser infeliz. A vitória do Benfica foi merecida. O Sporting recebeu o Marítimo, sofreu um golo aos 10’, mas os leões deram a volta ao resultado, embora num jogo pobre, com o árbitro a perder-se em muitas decisões erradas e com a expulsão do guarda-redes do Sporting, que fica mais fragilizado para o próximo jogo com o Benfica. O Gil Vicente venceu com mérito a equilibrada equipa do Boavista, enquanto Vizela e Famalicão empataram sem golos.

O Chaves, com mais uma boa exibição, superou o Paços de Ferreira que continua numa situação de risco. O Braga e o Santa Clara disputaram um jogo fantástico e emotivo que acabou com a vitória de 5-3 em casa dos minhotos. O Guimarães foi a Vila do Conde vencer o Rio Ave. O Estoril, vencendo o Arouca, garantiu a manutenção. O FC Porto, mesmo acusando um desgaste intenso, marcou 3 golos e ganhou por 2-1, ou seja, o primeiro dos golos foi na própria baliza, criando ainda maior emoção.

O Casa Pia, personalizado, lutou sempre com intencionalidade. Mas como já é hábito os azuis e brancos, que não conhecem a palavra desistir, lutaram até ao último segundo, conseguindo virar o resultado.  Numa fase tão importante para a classificação final, deveriam ter sido designados árbitros em boa forma física, psicológica e com capacidade comportamental, que permitisse decisões acertadas, sem deslizes que prejudiquem. Foi curioso ler os comentários de Roger Schmidt, antes do jogo com o Portimonense, elogiando-o e considerando-o como como muito bom e um dos melhores de Portugal. O treinador do Benfica já está perfeitamente integrado…


FUTURO PARA FUTEBOL

THIERRY HENRY, apresentou várias sugestões para debater, com intuito de melhorar o jogo e torná-lo mais vivo e entusiasmante. Entre outras indica: acrescentar um ponto extra para as equipas que marquem, pelo menos, três golos, num jogo independentemente do resultado; propõe que o árbitro utilize um microfone e participe nas conferências de imprensa, para se entender o que dizem, explicando os erros e as decisões que considerem certas; quando um jogador lesionado estiver a ser assistido fora de campo a respetiva equipa deveria poder fazer uma substituição temporária, deixando para o médico a decisão certa com o jogo a correr.


REMATE FINAL

— Sérgio Conceição afirmou: “Poderíamos ter ganho o jogo por um resultado mais folgado, mas temos de dar mérito à equipa do Filipe, que sabe o que fazer e tem jogadores experientes. Filipe Martins valorizou a prestação da sua equipa e concluiu com dignidade:” as emoções estão à flor da pele. Sei o que Sérgio me disse e isso fica entre mim e ele”. Exemplar!

— “Não quero que nenhum presidente possa condicionar árbitros” afirmou o Presidente do Sporting, que mais do que afirmar, deve ser um exemplo prático para sempre em defesa da dignidade do futebol, assim como também afirmou que deve ser “exigida arbitragem mais competente”.

— Para jogos desta dimensão, deveriam ser nomeados os árbitros em melhor forma, independentemente do seu nome.