Não desperdice recursos nem compre ilusões
Cromos (sortidos)
Vítor Oliveira
É presidente de um clube da Liga 2? Gostava de subir de divisão e concorrer com as melhores equipas? Então não desperdice recursos nem compre ilusões. Temos a solução para o seu problema: contrate Vítor Oliveira* e não se preocupe com mais nada. É sucesso de chave na mão. Com garantia prestada pelas seguintes entidades: Paços de Ferreira, Académica de Coimbra, União de Leiria, Belenenses, Leixões, Arouca, Moreirense, União da Madeira, Desportivo de Chaves e Portimonense.
*Estreou-se na época de 1978/79, aos 25 anos, como jogador-treinador do Famalicão, e acaba de conseguir a sua 11ª (décima-primeira!) subida, ao serviço do Paços de Ferreira (por coincidência, a primeira equipa que fez ascender à divisão principal).
Petit
Missão comprida, previsão cumprida.
Rui Barros
Já aqui confessei a minha especial simpatia pelo Varzim. Aliás, o clube poveiro é também a filial nº 1 do FC Porto. Este ano os varzinistas têm feito uma campanha que incorre no risco de despromoção. Mas acabam agora de se colocar 3 pontos acima da linha de água, na sequência da vitória fora de casa sobre o FC Porto B. Deve ter sido a primeira vez que fiquei satisfeito com uma derrota do meu clube. Não por ter sido infligida pelo Varzim. Apenas porque os portistas se exibiram, mais uma vez, a um nível tão miserável que não pode ser tolerável. Curiosamente, foi no clube varzinista que Rui Barros começou a ganhar, e muito merecidamente, o estatuto de estrela. Mas não nasceu para treinador de futebol.
O FC Porto de há muito que necessita de repensar toda a sua formação. A começar pela equipa B. Comparar o que jogava a equipa de Folha, na temporada transacta, com a actual chega a ser doloroso.
Edgar Pinto
Prossegue a muito bom ritmo o processo de inclusão das bicicletas portistas no pelotão internacional. Desta feita, na Volta à Turquia, além do 5º lugar por equipas (a melhor de entre todas com o estatuto de Equipa Continental Profissional), merece louvor a prestação de Edgar Pinto, também 5º na classificação geral individual.
Mathieu van der Poel
E de repente a Holanda está de regresso aos lugares cimeiros do ciclismo mundial. Uma nova geração tomou a seu cargo tal encargo, com nomes como Steven Kruijswijk, Wilco Kelderman, Wouter Poels e, acima de todos, o grande Tom Dumoulin. Mas nas primeiras provas desta época apareceu Mathieu van der Poel. Fixem bem este nome: Mathieu van der Poel. Já é o campeão holandês de ciclismo de estrada e campeão mundial de ciclocrosse. Mas a forma como esta semana conquistou a clássica Amstel Gold Race (29 anos depois do triunfo do seu pai, Adri van der Poel, na mesma prova) deve ter arquivado todas as dúvidas: o neto do mítico Poulidor não é apenas uma estrela - é uma supernova.
Entrevista rápida
- Afinal de contas porque é que e para que é que se inventou o fora de jogo?
- Ainda bem que me faz essa pergunta. Não faço a mínima ideia. Ou melhor, e para ser completamente sincero, até faço sim.
- E então?
- Então é uma regra que tem duas faces e costas nenhumas.
- O que é que pretende dizer exactamente com essa verborreia ambígua?
- Vou ser muito directo: por um lado o chamado ‘fora-de-jogo’ é, formal e publicamente, apresentado como norma cujo escopo visa tutelar o espectáculo. Todavia, e já com o recurso a olhar que alcança diferente perspectiva, acaba por se descobrir que o jogo vive de polémicas. Distintas nas qualidades e infinitas nas quantidades. Assim, sem polémicas não haveria discussões e sem discussões como é que se poderiam fazer quotidianamente debates televisivos a propósito do futebol, não raras vezes em simultâneo? Se calhar a interpretar as chatices das tácticas cultivadas em cada desafio, a explicar as ferramentas técnicas usadas em jogadas programadas ditas de bola parada ou a ensinar os regulamentos, não?