Meio assim
A expressão meio assim não é muito usada, mas a ela se costuma recorrer quando não se sabe com convicção o que dizer. É um bocadinho como o panorama eleitoral do Sporting. Está meio assim, não se sabe quem ganhará. Frederico Varandas entrou cedo e com estrondo mas parece perder fulgor à medida que o ato eleitoral de 8 de setembro se aproxima; João Benedito avançou um pouco tarde de mais e ainda não convenceu as franjas mais velhas do eleitorado - as que costumam decidir as eleições nos clubes de futebol; José Maria Ricciardi parecia poder baralhar as contas, mas, para já, pouco parece capitalizar; Dias Ferreira parece um pouco apagado e os restantes três - Pedro Madeira Rodrigues, Tavares Pereira e Rui Jorge Rego - parecem ter votações quase residuais.
No fundo, o panorama está como o futebol da equipa de futebol profissional, que vai vencendo mas está muito longe de convencer. É meio assim. Sousa Cintra está a trabalhar para rescontruir uma casa que estava em ruínas, mas, como em todas as recuperações , se o dinheiro não abunda, a casa não fica exactamente nos moldes que imaginámos; ficará sempre a faltar um ou outro acabamento.
Já agora, se o meio assim é o que se diz quando não se sabe bem o que declarar, talvez seja melhor, por vezes, nada dizer, um gesto que os sportinguistas poderão aplicar a Sousa Cintra. Restará aos mais racionais, pelo menos até ao momento, aplaudir quem aceitou uma tarefa com espírito de missão e com um otimisto e uma bonomia incuráveis limpou o ar em Alvalade e dotou a equipa de alguns meios - leia-se jogadores - interessantes.
A mesma inação verbal deve ser aplicada pelos sportinguistas a Bruno de Carvalho. Nada há a dizer sobre as últimas ações do primeiro presidente destituído dos 112 anos de história do Sporting Clube de Portugal. Já se percebeu que o clube vive sem BdC, será que BdC consegue sobreviver sem o Sporting?