Avançado foi emprestado pelo Chelsea ao Milan, mas ainda deu nas vistas com a camisola dos 'blues' #DAZNPremier
0 seconds of 6 minutes, 54 secondsVolume 10%
Press shift question mark to access a list of keyboard shortcuts
A Seguir
CONFERENCIA-Bruno Lage - Gestao De Egos Na Equipa E Bruma
00:28
00:00
06:54
06:54
 

Opinião João Félix: e que tal falarmos um bocadinho de números?

OPINIÃO05.02.202509:30

À luz das contas entre jogos, golos e assistências fica difícil falar em Félix como um jogador à procura do sucesso. Faltar-lhe-á, apenas, ser titular indiscutível como no Benfica de Lage em 2018/2019?

Entre os 18 e os 19 anos, João Félix tocou o céu. Surgiu de rompante na primeira equipa do Benfica, fez 43 jogos, marcou 20 golos e acrescentou-lhes oito assistências. No verão de 2019, à conta destes números de João Félix e de um título categoricamente conquistado por Bruno Lage (a vida é engraçada) o Benfica tocou o céu com a mais valiosa transferência de sempre de um clube português — e já passaram cinco anos e meio.

A primeira época no Atlético Madrid correu de feição (convém lembrar que o João tinha 19 anos quando lá chegou): 36 jogos, nove golos, três assistências. Nem a La Liga é a Liga portuguesa nem o Atlético Madrid é o Benfica na posição relativa quanto ao campeonato em que joga.

Sem quase se perceber porquê, foi-se formando um anátema sobre a cabeça do avançado viseense. Nas duas temporadas seguintes jogou, respetivamente, 40 e 35 jogos, somando em cada o mesmo número de golos (10) e de assistências (5). Continuava com números de jogador de elite, mas algo parecia não estar bem na relação entre ele, o treinador, os adeptos e sobretudo as expectativas. Resta perceber se as expectativas mais relevantes eram dos adeptos e da imprensa («um jogador que custou 127 milhões tem de jogar sempre») ou dele próprio («Valho o suficiente para ser muito mais vezes titular»).

Enquanto na Seleção Nacional o percurso foi sendo linear (45 jogos, nove golos, eu prometi que íamos ver números), o anátema foi crescendo e ensombrou toda a gente. A dada altura Simeone já não podia com as perguntas sobre Félix e Félix, claro, ia podendo cada vez menos com Simeone. Em 22/23 deixou o Atlético a meio da época, para experimentar a sorte no Chelsea, com 20 jogos e cinco golos marcados. No clube inglês fez outros 20 jogos e mais quatro golos.

Na época passsada esteve no Barcelona. Já não era Simeone, mas ele continuou a não ser sempre titular. Ainda assim, desculpem a chatice da matemática: 44 jogos, dez golos e seis assistências. De volta ao Chelsea para o arranque da presente temporada, continuou a não ter Simeone mas não se fixou como titular indiscutível. Ainda assim, vai para o AC Milan com 20 jogos, sete golos e duas assistências.

Em cinco épocas e meia, depois de ter dado ouro ao Benfica, marcou 55 golos e fez 24 assistências, isto só em jogos de clube. Sérgio Conceição, que ainda por cima o conhece bem a nível pessoal, deve saber bem o que está a fazer. A avaliar pelos números, é uma contratação inatacável.