OPINIÃO Gyokeres e não só, meus caros
O Sporting, com os três golos marcados em Chaves e o zero do SC Braga no Dragão, passa a ter o melhor ataque da Liga, embora em igualdade com os bracarenses: 40 golos. Melhorou imenso a sua capacidade ofensiva (há um ano marcara apenas 33) e manteve a bitola defensiva (17 golos sofridos contra 19 em 2022/2023). Se há três anos, quando foi campeão, o Sporting tinha setor defensivo quase à prova de bala (terminou a Liga com 20 golos e agora já leva 17), agora o que dá nas vistas é o ataque.
O ataque, porém, não é só Gyokeres. O sueco é grande e potente, mas não está sozinho. Banza, por exemplo, soma 14 golos na Liga, mais três que o bom do Viktor. Paulinho, sempre na boca dos adeptos leoninos, seja porque não marca, seja porque marca de calcanhar, leva oito golos. Apenas menos três que Gyokeres. Este é uma das maiores figuras, talvez mesmo a maior, mas não nos esqueçamos de que Rúben Amorim tem ainda Edwards, Trincão, Nuno Santos e Pedro Gonçalves.
A primeira volta, para os candidatos ao título, terminou ontem. E há poucas dúvidas: o Sporting tem sido a equipa mais regular e, por isso, lidera. O que se deve a Gyokeres, sim senhor, mas, repete-se, também a Edwards, Trincão, Nuno Santos e Pedro Gonçalves e ainda a Gonçalo Inácio, Matheus Reis, Hjulmand, Diomande, Morita e Catamo. O Benfica, com menos cinco golos marcados, tem menos seis sofridos do que os leões, o que é fantástico. Há um ano sofrera 12, há dois ia nos 15 e há três somava 16. Glória, pois, para Trubin, Otamendi, António Silva, Aursnes, Kokçu e ainda (ou sobretudo) a João Neves. O FC Porto é diferente: ataque medíocre, apesar de muitos bons jogadores (Taremi, Evanilson, Pepê, Galeno, Toni Martínez e Francisco Conceição), mas defesa quase estanque (12 golos sofridos contra 11 do Benfica e 17 do Sporting), apesar de alguns veteranos (Pepe e Marcano) e jogadores menos expressivos (Fábio Cardoso, Zaidu, Wendell, Zé Pedro, Jorge Sánchez e João Mário). O segredo não é apenas Diogo Costa, mas passa muito por Diogo Costa.
Ordenando, a 15 de janeiro, os mais fortes candidatos ao título, a escolha é simples: Sporting, Benfica, FC Porto e (bem longe) o SC Braga. Dez pontos de atraso para o líder, mais nove para o atual campeão e já cinco para o terceiro, é muito para os guerreiros. Aliás, é demasiado. Uma razão? Esta: só Chaves, Vizela, Gil Vicente, Rio Ave, Estoril, Boavista e Portimonense têm defesas mais batidas. Fiquemo-nos, pois, por SCP, SLB e FCP.
Faltam agora 17 jogos para que se chegue ao fim de maio e se conheça o sucessor do_Benfica. Como diria monsieur de La Palisse, ninguém sabe quem ele é. Sabe-se, sim, que ainda a 1530 minutos do final da Liga, lá apareceram eles, aqueles que querem forçar a vitória à custa de intrigas e maledicências. Há-os em todo o lado: Sporting, Benfica, FC Porto, SC Braga e por aí fora, embora aqueles que pertencem ao grupo dos e por aí fora tenha muito menos força. Deitem a toalha ao chão aqueles que, há duas décadas, pensavam que, quando os ex-grandes jogadores chegassem ao poder nos clubes, tudo mudaria. Não é verdade, como se tem visto...