Gyokeres desvalorizou 20 milhões!
Sueco falhou na cara de Ederson, o que permitirá a Frederico Varandas estudar alternativas até ao verão. Depois disso, não acredito que o Sporting resista
Noite memorável em Alvalade. Daquelas que perduram por muitos e muitos anos e que marcam gerações. O dia 5 de novembro de 2024 vai ficar para sempre na memória dos sportinguistas, até pelo simbolismo da partida. O Sporting goleou o Manchester City por 4-1, um resultado daqueles que não se esquecem. Como o do 5-0 ao… Manchester United. Até por aqui a noite foi especial.
Rúben Amorim despediu-se de Alvalade em grande, como merecia. O treinador que há pouco mais de quatro anos chegou ao Sporting inexperiente e como aposta de risco, sai como consagrado e em ombros. Merece-o. Marcou a diferença no futebol português e deixa o clube como os adeptos há muito não o viam. Aliás, como grande parte deles nunca o viu.
Este é o melhor Sporting das últimas seis ou sete décadas. O mais forte, convincente e entusiasmante. A vitória sobre o Manchester City não foi, claro, por acaso. Resultou de muitas variáveis e fundamentalmente uma premissa: a qualidade da equipa. Rúben Amorim, bem ao seu estilo, não quis os louros para ele. Dividiu-os por todos. De Alvalade a… Manchester. Simultaneamente, despediu-se dos sportinguistas com uma grande prenda e já entusiasma os red devils, ao frisar que quando estiver no banco dos ingleses terá de jogar de outra forma, mais arrojada e assente numa estratégia ao nível da grandiosidade do Manchester United. Rúben Amorim capitaliza todos os momentos. É um mestre da comunicação. Genial. E também um grande líder e um treinador talhado para o sucesso. Em Alvalade construiu uma equipa de autor. O mesmo será dizer que deixa uma rica herança. João Pereira dirá, daqui a uns meses, se pesada ou não.
Com Diomande, Hjulmand, Pedro Gonçalves, Trincão e Gyokeres o Sporting pode continuar a ambicionar o bicampeonato que lhe escapa há 70 anos. Até por aqui considero que a partida da Liga dos Campeões não podia ter corrido melhor aos leões. Todos saíram valorizados na medida… certa. Gyokeres ganhou o duelo de goleadores a Haaland, assinou mesmo um hat trick e esteve muito, muito perto do póquer. Falhou, talvez pela única vez, ao minuto 8, quando se isolou perante Ederson e entregou a bola ao brasileiro. Considero que, nesse momento, o sueco desvalorizou 20 milhões de euros!
O arranque foi fenomenal, correu mais de 50 metros com uma potência fabulosa – é inacreditável como com bola ganhou terreno a todos os adversários! – e durante esses segundos tudo lhe deve ter passado pela cabeça. Optou por finalizar de forma diferente do habitual, com uma tentativa de chapéu. Saiu-lhe mal. O sueco não é jogador de adornar lances e esse desperdício acredito que tenha deixado de pé atrás muitos dos interessados. Para sorte do… Sporting. Sim, creio que se tem feito aquele golo provavelmente iriam chegar a Alvalade propostas de 100 milhões já em janeiro!
Assim, os leões estão, para já, salvaguardados, com o valor de mercado do ponta de lança a estar na ordem dos 80 milhões, a 20 da cláusula de rescisão. O que pelo menos permitirá a Frederico Varandas estudar alternativas até ao verão. Depois disso, não acredito que resista. Gyokeres é hoje por hoje um dos melhores avançados do mundo, daqueles destinados aos grandes clubes. Não terá agora lugar no Manchester City, onde Haaland é intocável, no Barcelona, onde Lewandowski não pára de marcar, ou no Bayern, onde Kane faz a diferença. Mas Liverpool, PSG ou Real Madrid não têm um ponta de lança como o sueco.
Gyokeres leva 66 golos em 67 jogos pelo Sporting. Número impressionante, como impressionante é a forma como joga. Um jogador insaciável, daqueles que luta do primeiro ao último minuto e que marca a diferença a cada lance. Mesmo nos grandes jogos. O City podia não ter Rúben Dias ou Stones, mas marcar três golos ao tetracampeão inglês e na Champions é só mesmo para craques.