Fascinante futebol inglês
Man.United em ebulição, Newcastle em revolução, treinadores em equação, milhões em transição
ESPECULAÇÕES sobre o nome dos próximos treinadores do Newcastle United e do Manchester United têm ocupado a primeira linha noticiosa do futebol inglês, uma das indústrias globais mais fascinantes e mediatizadas deste tempo (basta andar pelos sites desportivos para perceber que o que se passa na Premier interessa a todo o Mundo: é a única liga verdadeiramente global). Não que Ole Gunnar Solskjaer tenha sido despedido no rescaldo do histórico 0-5 com o Liverpool - o Man. United ainda não se decidiu por esse passo -, mas parece haver um consenso sobre o tempo que resta ao norueguês: tem os próximos três jogos para salvar a pele. Todos dificeis, atenção: Tottenham, fora (no sábado); Atalanta, fora, para a Champions (no dia 2) e o derby com o Man. City, em casa (dia 6). Não vou reforçar o que aqui escrevi há uma semana sobre Solskjaer - visivelmente não mostra capacidade para o cargo -, apenas sublinhar que o fosso que o separa dos treinadores rivais (Jurgen Klopp, Pep Guardiola e Thomas Tuchel) é de molde a desmoralizar qualquer adepto «red devil». Nomes em cima da mesa? O vulcânico Antonio Conte, um italiano de convicções fortes que se deixa ferver em pouca água; o cavalheiresco Zinedine Zidane, um lider natural que se soube fazer respeitar pelo balneário mais dificil de todos (Real Madrid); e o neerlandês Erik ten Hag, que tem feito um trabalho espectacular no Ajax e também é apontado a outros destinos. Lembro que Jurgen Klopp, tendo «despedido» o antecessor de Solskjaer (Mourinho) no rescaldo de um Liverpool-Utd (3-1 a 16 dezembro 2018), é bem capaz de ter dado a ITÁLICO extrema unção ao simpático norueguês, que parece não se dar conta do que se passa à sua volta. No final da catástrofe lá estava ele, ITÁLICO porreirissimo, a dar autógrafos aos adeptos. Como se não tivesse acontecido nada de especial.
Outro cargo vago com muitos interessados é o de treinador do agora rico Newcastle United, um dos maiores, mais históricos e mais carismáticos clubes britânicos. Quem viu um jogo no estádio St. James Park e não ficou com pele de galinha com aquele ITÁLICO ambiente (a paixão dos adeptos «magpies» é uma coisa lendária) é porque não percebe a essência do futebol inglês. Comprado por um consórcio ligado à familia real saudita (o nome é uma delicia, tome nota Jerómino de Sousa: PCP Capital Partners), o Newcastle procura sucessor do mediano Steve Bruce (despedido). O português Paulo Fonseca era, no momento em que escrevemos estas linhas, um dos favoritos à posição. Parece que deixou boa impressão na entrevista com a directora executiva do clube, Amanda Staveley, mas, segundo a Imprensa inglesa, não foi o único. Entrevistado depois de Fonseca, o suíço Lucien Favre, 63 anos, ex-Dortmund, terá igualmente convencido Yasir Al-Rumayyan, o homem que gere o fundo soberano proprietário do clube. Era interessante para a imagem do futebol português ver Paulo Fonseca à frente de um projecto que vai movimentar larguissimos milhões nos próximos anos, a começar pela próxima janela de mercado.
Que jogadores vai o Newcastle comprar em janeiro - algum português? - para reforçar um plantel demasiado modesto para as ambições do novo proprietário, que, lembre-se, é dez vezes mais rico que o Sheik Mansour bin Zayed, do Manchester City. Que agentes e outros intermediários/ comissionistas - algum português? - vão conseguir entrar na órbita do novo potentado árabe? Quantos negócios, quantos milhões, quantas mudanças de vida estarão neste preciso momento a ITÁLICO decidir-se em telefonemas, sms, e-mails e outros contactos?
Ole Gunnar Solskjaer, 48 anos, terá mais três jogos para segurar o lugar no Manchester United
FC PORTO: A TAÇA «MALDITA»!
SÉRGIO havia dito que queria ganhar a Taça da Liga para a «dar ao presidente», mas ainda não é este ano. O FCP caiu com estrondo em São Miguel diante de um combativo e organizado Santa Clara, que ganhou (3-1) com toda a limpeza. Ao fim de 14 anos, o troféu continua caprichosamente a escapar aos portistas, e desta vez não foi na final ou na meia-final, como Sérgio Conceição estava habituado: foi logo à primeira. O resultado é surpreendente, mas nada teve de anormal em face do que se viu: medíocre desempenho da segunda equipa portista (Sérgio fez dez alterações), que nem a injecção ao intervalo de três ITÁLICO pesos pesados (Otávio, Sérgio Oliveira e Luiz Diaz), seguida da entrada do goleador Taremi (64m) conseguiu arrebitar. Sérgio falha pela primeira vez a «final four» num dos piores jogos do FCP nos últimos tempos - e do outro lado os vermelhos não eram de Liverpool.
Já o Sporting, detentor da Taça da Liga, estreou o bonito equipamento «Stromp» com uma vitória justa sobre o Famalicão (2-1) que o deixa à porta da «final four». Impressionou o espirito de corpo, a organização e a combatividade dos leões, que foram claramente superiores ao adversário até ao minuto 90, altura em que o Famalicão reduziu. Os instantes finais foram de alguma ansiedade, mas a verdade é que Rúben Amorim terminou a cantar vitória: o Famalicão era o único adversário doméstico que ele ainda não tinha derrotado como treinador do Sporting. Mais um «borrego» desfeito na ITÁLICO fortaleza de Alvalade, onde os leões não perdem um jogo doméstico há quase dois anos…