CR7+Jorge Mendes=€500 M?

OPINIÃO07.12.202205:30

O intermediário tem de ser um ‘networker’, dinâmico, empático, bajulador quanto baste

CRISTIANO RONALDO está desempregado - há quem assegure que já não! João Félix quer sair do Atl. Madrid: dá-se mal com o treinador. Ruben Neves está para se transferir dos Wolves há pelos menos três épocas. Diogo Costa e Enzo valorizaram no Mundial e o FC Porto e o Benfica precisam de dinheiro, como todos os clubes portugueses. 

Jogadores e clubes sabem que para concretizarem estes negócios carecem de um agente desportivo FIFA. Ou melhor, de um intermediário, uma figura que tem ganho cada vez mais importância. Porquê? Porque informação é poder. E o intermediário tem mais informação do que qualquer outra parte.

Função do intermediário é transformar essa informação em transferências, gerando muito dinheiro para clubes, jogadores e para os próprios. O melhor do Mundo é Jorge Mendes. Ninguém, como ele, sabe quem quer o quê e quem precisa de quem. Ou como conciliar as expectativas e egos dos jogadores com os egos e interesses dos presidentes.

O intermediário desportivo é tão importante que a lei n.º 54/2017 regula a sua atividade - art.º 36 a 39. A título de exemplo: só pode agir por conta de uma das partes; tem de estar registado junto da federação; a sua remuneração não pode exceder 10% do salário líquido do jogador. Isto sem esquecer o regulamento da FPF sobre o assunto e as Regulations on Working with Intermediaries da FIFA, que considera que os agentes ganham demasiado, tendo o seu presidente, Gianni Infantino, declarado que este ano foram pagos €7 mil milhões em transferências e que desse bolo os agentes receberam 700 milhões. A FIFA quer reduzir estes montantes, mas até à data ninguém sabe como. E não esquecer que na Arábia Saudita há um clube disposto a pagar 500 milhões de euros a Ronaldo por 30 meses de contrato. Se tal acontecer quanto receberá o agente FIFA? E qual será a reação de Infantino?

Confiança é o principal ativo dos agentes desportivos. Sem a confiança dos jogadores, dos presidentes dos clubes, de todos os restantes players do mercado, não há negócio. O intermediário tem de ser um networker, dinâmico, empático, conhecedor, duro, diplomático, bajulador quanto baste. E tem de ter uma equipa completa nas valências. E se lhe pagam bem é porque merece.

O assunto tem vindo a tornar-se cada vez mais complexo. Hoje, já não são apenas indivíduos, Jorge Mendes é o rosto da Gestifute, empresa que gere a carreira de um jogador desde a sua assessoria de imprensa, patrocinadores, redes sociais e eventos, tudo para que o seu cliente se concentre apenas no futebol. 

Por tudo isto, em janeiro veremos se Ronaldo, João Félix e tantos outros jogadores agenciados, receberão um presente de Reis. Nesta matéria, dos 500 milhões de presentes chorudos que todos sonham, o direito ao golo vai para Jorge Mendes que redefiniu, neste século, o que é ser um agente de futebol.
 

UM ELOGIO E UM OBRIGADO 

Hoje a Seleção é o grande destaque em A BOLA. Da minha parte deixo sincero elogio a todos jogadores, em especial a Ronaldo pelo tremendo jogador que é. E um obrigado, com gratidão, por tudo o que deu e continuará a dar a Portugal!