Banhada

OPINIÃO08.12.202105:30

Quando olhamos para Amorim, Jesus não parece ultrapassado, mas sim pré-histórico

1. Rúben Amorim deu banho tático a Jorge Jesus no dérbi e transformou definitivamente em banhada o regresso de JJ à Luz (se dúvidas ainda existissem), com ou sem apuramento para os oitavos da Champions hoje à noite.
2. E quando Jorge Jesus resume a derrota com o Sporting (que não é o Cascalheira, atenção!) a uma questão de eficácia, então o problema é ainda mais grave. Prefiro pensar que o treinador do Benfica tinha ido comprar as prendas de Natal e não viu o jogo.
3. Aliás, chegou a ser penoso ouvir Jesus a insistir na questão da eficácia, fazendo lembrar aquela senhora que há uns anos entrou para o  best of dos tesourinhos televisivos ao insistir na questão da humidade. 
4. Depois, para lá de ganhar ou perder, a verdade é que o melhor de Amorim realça o pior de Jesus. Um está sempre a agradecer aos seus jogadores por poder treiná-los, o outro acha que os seus jogadores devem estar agradecidos por poderem ser treinados por ele. É uma grande diferença.
5. Vamos ser claros: a esmagadora maioria dos adeptos do Benfica nunca quis o regresso de Jesus, mas estava disposta a suportá-lo se em troca tivesse vitórias e bom futebol. Sem isso, a relação de JJ com os adeptos é a de um casal que ainda mora junto mas já está separado.
6. Chegados aqui, o ponto de situação é simples: o Flamengo espera por Jesus e os benfiquistas esperam pelo Flamengo. Seja ou não essa a airosa via de saída, é altura de Rui Costa corrigir um dos últimos grandes erros de Luís Filipe Vieira.
7. Quando olhamos para o discurso, liderança e gestão de grupo de Rúben Amorim, Jesus não parece ultrapassado, mas sim pré-histórico. Acham, por exemplo, que Amorim alguma vez diria de Paulinho o que Jesus disse de Seferovic após o jogo de Barcelona?

P. S. – Eduardo Cabrita demitiu-se antes de Jesus decidir quem é o lateral direito do Benfica, mas foi renhido.