A preço de saldo
Não há dúvidas que um atleta ucraniano pode rescindir contrato com um clube russo!
ENQUANTO persistir o crime de guerra encetado pela Rússia em relação à Ucrânia estarão sempre em cima da mesa sanções para todo o tipo de agentes desportivos russos coletivos ou singulares. O mundial de voleibol em 2022 já não vai ser organizado pelo país de Putin após posição de força de França e Polónia. O andebol excluiu a dupla Rússia/Bielorrússia das competições e o COI anda a promover a exclusão dos atletas de ambos os países por violação da trégua olímpica e da carta olímpica. FIFA e UEFA anunciaram a suspensão da Rússia de todas as provas. Num plano mais privado, a Adidas revogou o patrocínio à Federação Russa e romperam-se as ligações à Gazprom pelo Schalke 04 e UEFA (certamente com prejuízo).
Mas há algo que pode ser explorado em relação à estabilidade contratual desportiva sensível que se vive por terras russas e que pode afetar a qualidade das suas provas internas. No caso dos futebolistas russos, é provável que esteja legalmente prevista a possibilidade de suspensão temporária da sua prestação de trabalho no caso de serem chamados para se juntar às forças militares para combaterem nesta guerra idiota. Mas revela-se quase irreal conseguirem terminar unilateralmente os seus contratos com base em manifestação política contrária às diretrizes da sua própria pátria ao recusarem participar numa guerra com a qual não concordam. Neste país até deve levar à prisão. Mas, optando por desertar, crê-se que a FIFA emitiria sempre o certificado internacional para jogarem em qualquer lado. Já num plano apetecível surgem os jogadores estrangeiros, pois o estado de guerra constitui forte argumento para rescisão dos contratos com clubes russos.
O regulamento da FIFA não dá a solução mas não há dúvidas que um atleta ucraniano tem direito a terminar o contrato com um clube russo! Resta analisar se os jogadores estrangeiros, sustentados pela mesma intenção dos seus colegas ucranianos, também não poderão forçar o fim do seu contrato. Cheira a negócios a preço de saldo!