A oportunidade que o leão perdeu

OPINIÃO13.09.202107:00

Simplista ou não, Conceição ainda não parece ter resposta para Rúben Amorim

AS expectativas são sempre muitas, mas o que um clássico nos dá hoje, no que ao futebol bem jogado diz respeito, é pouco. O Sporting-FC Porto não foi exceção. Houve intenção e tensão, suor e foco na tentativa de não deixar jogar o rival, seja pela antecipação e reação ao que o outro lado fazia ou pelo recurso à falta quando era tarde.
As conclusões seriam sempre escassas num início da época, ainda mais com as condicionantes de ambos os técnicos na preparação do desafio, mas percebeu-se a importância que o embate teve para ambos, mesmo com a estreia na Liga dos Campeões no horizonte. Numa Liga que se espera bastante apertada, todos os pontos são importantes.
A primazia do sistema leonino no primeiro tempo sobre o onze mais forte do rival - e que poderia ter sido suficiente para segurar os três pontos não fosse um excelente Diogo Costa, que já há muito devia a si mesmo a titularidade - aponta-nos uma conclusão simples: pode ser mais ou menos simplista, mas Conceição ainda não mostrou ter resposta para Amorim, ontem com Porro a acrescentar profundidade à largura habitual e a verticalidade de Nuno Santos a provocar inúmeras dificuldades à última linha portista. Apenas o talento individual de Luis Díaz, perante um setor defensivo contrário bem mais estável, equilibrou o encontro na segunda parte. É difícil não concluir que foi o Sporting que perdeu uma oportunidade de começar já a marcar diferenças perante um adversário direto.
Entretanto, o Benfica isola-se mais, após vitória mais complicada do que o 0-5 deixa transparecer. Houve eficácia a 100 por cento, com o Santa Clara a desmoronar após as oportunidades falhadas. Podem crescer, mas os encarnados ainda não estão tão bem quanto fazem crer. O jogo dos Açores é um espelho perfeito do que tem sido o arranque do emblema da Luz. Para já, tem chegado.