A nova época

OPINIÃO13.07.202306:31

Nota para os problemas muito graves que poderão resultar de um novo modelo de futebol

N AS vésperas do início da nova época futebolística, não faltam elogios e cânticos aos encarnados, com novidades e o regresso de jogador no ocaso da sua carreira. Nos leões cria-se a expectativa de aguardar por reforços valiosos, mesmo que desconhecidos do grande público, com votos de forte confiança em atletas estrangeiros. Sobre os dragões, em vez de se comentarem eventuais saídas (desconhecidas até agora), há sempre gente que só consegue olhar para o céu e desejar chuva intensa. E a época ainda nem começou. De Otávio, o que para já não tem bases de sustentação, divulgam que o médio talentoso poderá estar inclinado para seguir para a Arábia Saudita, destino de muitos jogadores para conseguirem alcançar uma fortuna que assegure o futuro a longo prazo. Mais do que os milhões que se podem auferir (mesmo fechando os olhos à inaceitável exploração humana), esse movimento para as Arábias (como já tinha sido feito, anos atrás, para a China, com dimensão mais reduzida) vai deixar consequências que certamente captarão transmissões televisivas bem chorudas, mas cujas consequências serão, a devido tempo, bem complexas. Para já o paraíso dourado, deixa a incógnita de eventuais oásis, que se podem esgotar. Não esqueçamos que o futebol nasceu nas ruas, com meninos descalços e de muito talento, o que sempre nos recorda Pelé. Com investimentos muito fortes, certamente que os estádios, nestes anos próximos, encherão com desmedida intenção de aumentar as verbas que o futebol aporta, até um dia. Poderemos assistir à Premier League como um eventual campeonato de segunda… Esta fase é aquela em que os investimentos enormes se tornam mais importantes do que os golos e podem transformar completamente uma herança valiosa que se vai perdendo sem regresso. A UEFA permite que dois clubes permitam ter investidores comuns, mas sem a possibilidade de realizar transferências de jogadores entre si até setembro de 2024. Muitas alterações se preparam e muitas vão no caminho da centralização dos grandes clubes. Uma das primeiras reações partiu de um grupo de clubes ingleses que ameaçam sair da ECA (Associação Europeia de Clubes, presidida pelo Nasser Al Khelaifi, do Catar), para impedirem que os mais fortes imponham vantagens aos clubes mais ricos, a pensarem em unir-se à União de Clubes Europeus (UCE), que se opõem aos desígnios do presidente da ECA. Não se fala da Superliga europeia, mas as decisões da ECA vão no sentido de causar grandes divisões, em função da diferença do poder económico. Desse modo poderemos caminhar para outro modelo de futebol, o dos milhões e de grupo restrito, o que poderá causar problemas muito graves.


PRESSÕES SOBRE O FC PORTO

E M todas as instituições existem sempre diferença de opiniões. Candidaturas à parte, são apenas momentos de fervor clubista, porque os azuis e brancos querem sempre mais e, por isso, é muito importante superar diferenças e unir cada vez mais o Universo Porto, sem se deixar adormecer por cânticos alheios, para procurar desunir. O FC Porto tem inúmeras glórias, a todos os níveis e em todas as modalidades, definem o rumo a seguir, porque sabem o que é melhor para o clube e, quando trocam argumentos, é apenas porque querem sempre melhorar, sem esquecer quando as decisões da arbitragem são completamente erradas e interferem nos resultados. Agradecemos as sugestões da Comunicação Social afeta ao centralismo, mas no Norte sabemos o que queremos e o que temos de fazer para que o país se possa desenvolver. Seria um bom contributo para o desenvolvimento, o governo evitar as complicações graves que nos desprestigiam e que demoram muito a desenvolver-se com justiça. O plantel azul e branco, está a ser reforçado com bons atletas que certamente vão contribuir para o nosso crescimento. Cada início de época é único. Sérgio Conceição, como afirmou na Comunicação Social o ex-portista Mbemba, agora no Marselha: «Sérgio é o exemplo, trabalha mais do que os jogadores». Nova época e nova entrega ao máximo para se conquistarem mais triunfos: temos alicerces sólidos, divergência de opiniões que acabam por se fundir, pois nunca perdemos caminho, mas construímos boas oportunidades para conseguir vencer. Os azuis e brancos vão iniciar a nova época ainda com maior intensidade. Por outro lado, quando se afirma que o campeonato é o objetivo essencial, podem pensar assim na capital, porque na Invicta todos os jogos e títulos são da mesma importância. Os Dragões sabem unir-se e discutir frontalmente, para no fim se conseguir o melhor destino. A administração da SAD azul e branca afirma que não está em risco de regressar ao fair-play financeiro, porque há capacidade para ir ao mercado se for necessário e também outras alternativas.


ARBITRAGEM

É o momento ansiado para tornar a arbitragem um valor prestigiante, agora até com novas regras definidas internacionalmente (talvez criando problemas novos), para corrigir vícios, imperfeições e potenciar capacidade de agir sem receio, porque há sempre a possibilidade de corrigir com o VAR, que se pretende infalível. Não permitir perdas de tempo, nem lesões simuladas ou mesmo entradas que podem causar lesões graves, é objetivo prioritário. O jogo tem de ter mais tempo útil e toda a equipa de arbitragem deve identificar-se como um coletivo ao serviço do futebol e não uma estratégia para identificar atitudes para castigar. É urgente ir mais além e entender o que temos de acrescentar para que o jogo seja cativante e disputado dentro da lei. O International Football Association Board (IFBA) decidiu aprofundar regras em vigor a partir da nova época, que esperemos clarifiquem e não aportem mais confusões.


O FUTEBOL EM MUDANÇA

A bola desde sempre foi companhia e desafio. E no meio das pedras e terrenos, nasceu um sonho imortal. Durante anos, foi atividade ocasional. Com o tempo, o futebol nasceu, criaram-se regras e nada mais voltou a ser como era. O jogo pertencia a todos e a bola era o centro daqueles pequenos espaços onde o jogo nascia com celeridade. Surgiram talentos, construíram-se campos, depois estádios e passou a linguagem universal. Assim nasceram os heróis, os que mobilizam atenções e paixões. O tempo muda e novos conceitos se vulgarizam. Num instante, o jogo dos meninos pobres transformou-se em jogos nos estádios cheios de adeptos. A toda a hora se vivia o futebol e assim nasceram campeonatos e até jogos internacionais. Nos tempos atuais, a Arábia Saudita, o Catar e outros, em função das suas enormes riquezas, tentam mudar o jogo, com a contratação de muitos jogadores famosos. Receamos que, com o tempo, se esqueçam as origens, os craques imortais, e só alguns consigam verbas fantásticas para se construírem equipas de valor. A dúvida que fica é se este interesse atual pelo campeonato da Arábia Saudita, se torna um polo de desenvolvimento do futebol ou apenas uma moda de quem tem milhões, para poder criar esses estádios e contratar jogadores de enorme qualidade? Convém não esquecer a liberdade e os atropelos à cidadania. Que o futebol se amplie, que crie maiores verbas, mas nunca se esqueça de uma melhor condição de vida para quem se encontra nos limites da pobreza. Por vezes há sinais de cedências a esses governos por parte da FIFA e não só...


OS MELHORES DO NOVO SÉCULO 

D E acordo com os dados da UEFA, foi definido o ranking de clubes, que coloca o FC Porto em nono lugar dos melhores clubes europeus. Utilizando o coeficiente de todos os clubes que participaram nas competições europeias, desde 2000, os azuis e brancos conquistaram Champions (2004), Taça UEFA (2003), Liga Europa (2011). O FC Porto, tem estado sempre presente nas competições europeias (em 18 das 23 participações, disputou a Champions). Só Real Madrid e Barcelona, desde 1992 tem 28 presenças no total e o FC Porto e Bayern totalizam 27. Por outro lado, Sérgio Conceição ocupa a sétima posição contínua como treinador dos azuis e brancos, o único treinador a conseguir esse feito no futebol português.  


LIGA PORTUGAL COM REGRAS PRECISAS 

C ANDIDATO certificado pela FPF como entidade formadora, com a classificação mínima de três estrelas, comprovando essa situação até ao termo do prazo, ou na declaração dessa entidade se estiver na fase final de certificação, está legal. O candidato indica dois estádios, obrigatoriamente um como principal e outro alternativo. O estádio deve estar equipado com sistema de iluminação uniforme, definido pela Liga, que garanta eliminação capaz. Inexistência de dívidas a sociedades desportivas, a jogadores, a treinadores e funcionários é obrigatório, assim como apresentação de situação regular perante a Autoridade Tributária e Segurança Social. No orçamento para a época, as receitas devem cobrir despesas ordinárias, cálculo de massa salarial anual de praticantes e treinadores, sem poder apresentar valores inferiores aos fixados pela regulamentação coletiva aplicável. Tudo claro.


TREINADORES PORTUGUESES

S ÃO muitos e apreciados os treinadores de futebol que são convidados para os grandes campeonatos. Da Arábia Saudita ao Brasil e outros países, os treinadores nacionais são muitos, reconhecidos e bem considerados. Há trabalhos de grande qualidade, vitórias, títulos e um prestígio acrescido que valoriza o nosso futebol, a todos os níveis. Basta estar atento aos resultados, à organização das equipas, às dinâmicas de jogo e à estruturação dos respetivos trabalhos, elogiados como de muita qualidade.


REMATE FINAL 

A seleção portuguesa feminina de futebol é estreante no Mundial de 2023, que se realiza na Austrália e Nova Zelândia, de 20 de julho a 20 de agosto, com a seleção lusa integrada no Grupo E, com Países Baixos (jogo em 23 de julho, em Dunedin), Vietname (27, em Hamilton) e Estados Unidos (1 de agosto, em Auckland). No Palácio de Belém, o Presidente da República incentivou a comitiva para conseguir uma prestação de qualidade e prestígio.

FC Porto venceu a Taça Europa de Clubes, em bilhar, às 3 tabelas, pela terceira vez, numa disputa cerrada na Academia de Bilhar do Estádio do Dragão, superando a forte equipa turca numa competição muito intensa e emocionante.