A metamorfose do Sporting
Rúben Amorim, treinador do Sporting (Foto: IMAGO)

Opinião A metamorfose do Sporting

OPINIÃO08.04.202407:30

Mesmo que não vença campeonato e taça, Rúben Amorim é o maior responsável pela mudança de mentalidade no futebol leonino

Um dos dias mais importantes da história recente do Sporting aconteceu a 4 de março de 2020: Rúben Amorim passou a ser treinador dos leões. Uma das primeiras perguntas dos jornalistas foi: e se corre mal? A resposta de Rúben ficou célebre: e se corre bem? Ninguém esperaria, porém, o desenlace: que tudo corresse tão bem. E, mesmo que o Sporting não venha a ganhar a Liga 2023/2024, a análise continua a ser a mesma: alguém esperava que corresse assim tão bem? Alvalade festejara dois campeonatos nos 38 anos (!) anteriores: 1999/2000 e 2001/2002. No mesmo período (1982 a 2020), o FC Porto vencera 22 Ligas, o Benfica ganhara 13 e o Boavista fora campeão numa. o Sporting voltou a ganhar uma ao fim de 19 anos e está no caminho para uma segundo. Quem são os vencedores? Os sócios, que elegeram Frederico Varandas; este porque escolheu Hugo Viana; este porque escolheu Rúben Amorim; este trio (e mais alguns) porque escolheram os jogadores certos. O futebol, no fundo, é algo simples: escolher os melhores e ter sorte. Por isso, se eu fosse membro da SAD do Sporting, tentava por todos os meios que Rúben Amorim cumprisse o contrato. Seja ou não campeão, vença ou não a Taça. A ele se deve 70 por cento da metamorfose do futebol do clube.

O Benfica só pode sonhar em chegar ao título se ganhar os seis jogos que lhe faltam e terminar a Liga com 85 pontos. Depois, claro, esperar que o Sporting perca, pelo menos, oito pontos e faça, no máximo, 84. Ou seja, três derrotas ou duas derrotas e um empate. Uma das maiores diferenças do Benfica para o Sporting está na perda de pontos para equipas abaixo do 8.º lugar: encarnados perderam sete (3 com Boavista, 2 com Casa Pia e 2 com Farense) e o Sporting apenas dois (Rio Ave). Além disso, Roger Schmidt não tirou partido dos vários pontas de lança que tem ao seu dispor: Tengstedt (3), Musa (4), Marcos Leonardo (5) e Arthur Cabral (5) marcaram juntos, na Liga, 17 golos. É o pior rendimento de um avançado centro do Benfica dos últimos dez anos: 2014/2015: Jonas, 20; 2015/2016: Jonas, 32 golos. 2016/2017: Mitroglou, 16; 2017/2018: Jonas, 34; 2018/2019: Seferovic, 23; 2019/2020: Vinícius, 18; 2020/2021: Seferovic, 22; 2021/2022; Darwin Núñez, 26; 2022;2023: Gonçalo Ramos; 2023/2024: Arthur Cabral e Marcos Leonardo, 5. Se o Benfica quiser metamorfosear-se para 2024/2025, com ou sem Roger Schmidt, tem de começar por potenciar o ponta-de-lança.

É evidente que Pinto da Costa tem razão: as arbitragens dos jogos do FC Porto pioraram quando André Villas Boas se candidatou. A BOLA, aliás, está em condições de afirmar que o Luís André se reuniu com o Artur, o João, o Fábio, o Luís, o Nuno, o Tiago, o António, o Hélder (os dois), o Fábio, o Iancu, o Ricardo e o André, entre outros, para delinearem a estratégia para derrubar o velho presidente. O qual, finalmente, tem medo que alguém o substitua na liderança do FC Porto. Não se sabe quem ganhará as eleições, mas já se sabe quem é o vencedor das afirmações mais estúpidas da campanha.