Treinador do Sporting, Rui Borges, falou esta sexta-feira em conferência de imprensa
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A BOLA DO DIA A marcha-atrás de Rui Borges

OPINIÃO16.03.202508:00

Perante tantos problemas, ora clínicos, ora disciplinares, treinador do Sporting tomou a melhor das decisões: 'recuar' para o 3x4x3 de Amorim. Junte-se a isso Gyokeres de novo em todo o seu esplendor e aí está o leão apontado ao 'bi'

É nos tempos difíceis que se distinguem os grandes líderes. E que tempos difíceis têm sido estes para o Sporting, desde a saída inesperada de Ruben Amorim para o Manchester United, passando pelos dias conturbados que se seguiram com João Pereira no comando e culminando na tempestade de lesões, de cartões e de baixas de forma, que já vinham de trás, mas que se acentuaram na era de Rui Borges.

O sonho do bicampeonato que parecia certo no primeiro terço da época perante o domínio avassalador dos leões esfumava-se à medida que aos indisponíveis de longa duração como Pedro Gonçalves e Nuno Santos começaram a juntar-se outras pedras angulares da equipa como Daniel Bragança, Morita, Geny Catamo, Gonçalo Inácio, João Simões, Trincão, Eduardo Quaresma, St. Juste...

O regresso cuidadoso de um e de outro e ainda de mais um e de mais outro ao onze foi representando passos que possibilitaram um aparente regresso à normalidade no reino do leão e isso começou a evidenciar-se, quer nas exibições, quer nos resultados.

Mas há dois fatores que são gritantes, um mais evidente do que outro: o talentoso, possante e goleador Gyokeres cada vez mais perto do seu melhor — e a fantástica exibição deste sábado, com um golo e duas assistências no 3-1 perante o Famalicão, foi mais um sinal disso mesmo; mas, acima de tudo, a decisão inteligente de Rui Borges de dar um passo atrás (recuando ao 3x4x3 no qual os jogadores se sentem mais confortáveis e com o qual quase jogavam de olhos fechados.

A resiliência e capacidade de lidar com as dificuldades e de ultrapassar todas as tempestades que Rui Borges demonstra estão a conquistar os adeptos, conscientes de que não há santos, santinhas ou Senhora de Fátima que valham ao treinador leonino quando, sempre que surgem laivos de um aparente regresso à normalidade (e na última noite até o 1-0 surgiu logo aos 61 segundos), lá surge ou a forma ingénua e descuidada como Diomande continua a atacar certos lances na grande-área ou as questões disciplinares a levar tantas vezes o trabalho de volta à estaca zero.

Este sábado, Hjulmand viu mais um amarelo, completou série de cartões e falhará a próxima jornada na Reboleira com o Estrela da Amadora, tal como Maxi Araújo, expulso — e são já três cartões vermelhos para jogadores do Sporting nas últimas cinco jornadas.

Assim é difícil. Mas... a verdade é que Rui Borges tem conseguido milagres.