Os pés descalços...
Está no hora de Roger Schmidt mostrar que é um bom treinador
Aesta hora, já meio mundo falou da eliminação do Benfica, em Turim, apesar do empate a três golos, mas com a contabilidade da eliminatória na vitória do Inter, por 5-3. Os encarnados, nas duas mãos, embolsaram cinco golos italianos.
Desta vez, os pupilos de Roger Schmidt estiveram melhor uns pozinhos, mas continuam a evidenciar falta de força de perna, ganho no embate e a cabeça fresca para raciocinar.
Convém dizer que em S. Siro, os benfiquistas só fizeram o primeiro remate por volta da meia hora. Para quem precisava de marcar, não foi nada.
E não foi porque o ataque da Luz está mais do que apagado, mormente um Gonçalves Ramos que não conseguiu sequer incomodar, o que acontece há três jogos.
Faz pena ver esta equipa quando nos recordamos dos nove meses em que arrasou tudo e todos e exibiu um futebol entusiasmante. Repentinamente, após o descanso duma semana e da presença nas diversas seleções, tudo se esfumou como um acto de ilusionismo. De equipa de sapatos de verniz passou a equipa de pé descalço.
Por agora, adeus Europa, enquanto as ambições para Portugal podem ter ganhado algum impulso com este empate, mas para que o título de campeão seja um facto muito terão os encarnados de suar e de Roger Schmidt mostrar que sabe, socorrendo-se do plantel, embora o banco esteja muito pobrezinho.
O presidente Rui Costa merecia melhor sorte e tudo tem feito para revolucionar o clube, sobretudo a área do futebol profissional, mas não basta fazer grandes vendas e ver entrar no cofre milhões; o onze a apresentar no relvado terá de ser o onze que andávamos a aplaudir e que parece, agora, querer dizer que o que está para trás foi, pura e simplesmente, engano de visão.
Está, pois, na hora de Roger Schmidt mostrar que é um bom treinador, aliás testemunhado no seu currículo e na renovação de contrato que Rui Costa fez sem pensar mais do que uma vez.
Vem já aí o Estoril e a seguir uma visita a Barcelos. A resposta que o Benfica der será o antídoto que leve a que o 38 possa ser erguido no Marquês.
A queda, para já, foi travada, a equipa deu sinais de poder regressar ao bom nível, mas cuidado, porque não podem haver mais deslizes.
CONTINUAMOS a viver um futebol envolvido em tarjas negras com a actuação dos árbitros e com o disparo de variados momentos de coacção sobre a nomeação e o trabalho dos juízes. A nomeação é da responsabilidade de gente que dizem ser do mundo do futebol e da própria arbitragem, mas que sentados a uma secretária ou na mesa do café, tem tido um comportamento que é o causador de todo o mal-estar que se vive, parecendo desconhecer não só o aproximar do fim da prova e do habitual frenesim de ver a meta depois da curva.
A acrescentar ainda há a presença do VAR que até tem um assistente, mas que quando de certas decisões ou ausência delas fazem descrer da novidade técnica que apareceu para facilitar a vida dos árbitros no relvado e dar maior credibilidade e consequente serenidade ao público.
Na última semana, estalou mais uma bronca com uma campanha constante na imprensa e nos outros órgãos de comunicação social da ofensiva do FC Porto a levantar suspeições do que se poderia passar com o trabalho de João Pinheiro e António Nobre (este VAR) no jogo de Chaves, com o Benfica. Ora aconteceu o que aconteceu nos derradeiros momentos do jogo e na hesitação de Pinheiro e na ausência de Nobre, este certamente já com ‘loja fechada’…
Aparece agora o Benfica a pedir explicações aos órgãos da FPF, e não duvidamos muito que irão surgir castigos. A quem, não se sabe, mas desconfia-se, enquanto nos cargos da responsabilidade de conduzir a arbitragem não estejam ‘agentes funerários’ do futebol. Haja juízo no mundo dos árbitros e nos clubes também.
UMA vergonha, sim, não se pode chamar outra coisa ao que se está passar com as SAD´s (sociedade anónimas desportivas) que enxameiam o nosso futebol, causando o descrédito da realidade que eram os clubes. Do Minho aos Açores, as SAD´s são o pão nosso de cada dia, aproveitando-se os mais diversos investidores, de várias nacionalidades, dos cofres vazios das colectividades. E prometem mundos e fundos para, na maior parte dos casos, sobretudo nas divisões secundárias (até há sociedades anónimas não Campeonato de Portugal!), motivando situações como do Vilafranquense (II Liga) onde o investidor pegou em armas e bagagens e no saldo bancário, rumando ao norte e fazendo contrato com o Desportivo das Aves, clube que por insolvência já há dois anos está fora das competições, um Desportivo das Aves que, dois ou três anos antes da falência, até tinha conquistado a Taça de Portugal, derrotando então o Sporting, no Jamor.
Ora esta situação é a ruína do futebol, começando nos escalões inferiores, mas não tardará em atingir o patamar mais acima, com a excepção de meia dúzia de clubes.
A Liga parece estar a chamar os responsáveis pelas sociedades anónimas, para lhes apresentar a nova legislação que irá apertar a vida das mesmas, tendo já reunido com o responsável pelo Estrela da Amadora, um investidor que já em tempos investiu no Leixões Sport Clube, no qual já terá deixado de ter responsabilidade, um clube centenário, com vários títulos, e que se arrasta pelas ruas da amargura, sem futuro definido. Este problema das SAD´s e do negócio das mesmas está a ser, quanto a nós, uma doença grave para o futebol nacional.
JORGE NUNO PINTO DA COSTA, que desde os 10 anos é associado do FC Porto, pela mão de seu tio Armando Pinto, então presidente do Famalicão, o primeiro jogo que viu foi um Sporting de Braga-FC Porto. Ora este menino, leiam bem, está a pensar candidatar-se, em 2024, ao 6.º mandato como presidente do FC Porto.
Pelo menos, é o que o actual líder dos dragões deixou a perceber, não o assustando os 85 anos de idade. Entretanto, tudo parece indicar que voltará a contar com a presença, em oposição, dos dois últimos candidatos, Nuno Lobo e José Fernando Rio que, embora não tendo feito mossa na última vitória de Pinto da Costa, pensam agora ter outros apoiantes.
Mas o que poderá vir a ser uma candidatura interessante - se for uma realidade a ida às urnas - é a do ex-treinador e indefectível portista que é o André Villas-Boas. Segundo se anuncia, terá trunfos para poder dar luta ao actual presidente. Enfim, 2024 promete acesos diálogos no reino dos dragões.