O Dakar mais duro de sempre com favoritos de... sempre

O único vencedor das 18 últimas edições que não participará, e pela primeira vez em 35 anos, é o francês Stephane Peterhansel, o Senhor Dakar, com 14 vitórias, marcando o fim de uma era na competição

O Dakar mais duro de sempre. A organização do mais prestigiado rali de todo-o-terreno do mundo não classifica por menos a 47.ª edição da mítica prova, a sexta na Arábia Saudita, que arranca esta sexta-feira e decorrerá até ao próximo dia 17, com a participação de 13 equipas com portugueses.

Pela frente, nas pistas desérticas daquele país, os concorrentes terão de percorrer 7700 quilómetros totais, dos quais 5100 km cronometrados, em 12 etapas antecedidas por prólogo. A dureza que a organização fala começa mais cedo do que é habitual. A etapa maratona, com mais de 1000 km em dois dias sem assistência técnica, chega logo ao terceiro e quarto dias. O temível deserto do Quarto Vazio (Empty Quarter), o maior da Arábia, considerada a parte mais exigente da competição, será transposto na segunda metade da prova.

Nos automóveis, na categoria principal Ultimate, Carlos Sainz, vencedor da edição de 2024 em Audi elétrico, é o reforço sonante da Ford. O veterano espanhol, de 62 anos, com quatro vitórias no Dakar no palmarés, alinha na armada de pick-ups da marca norte-americana com o compatriota Nani Roma (recuperado de doença) e o sueco Mathias Ekstrom.

A principal oposição à Ford deverá vir da Dacia, em forte investimento no todo-o-terreno, apontando ao triunfo dois pilotos consagrados: qatari Nasser Al-Attiyah, cinco vezes vencedor da prova e campeão mundial de TT em título, e o francês Sébastien Loeb, que ainda procura a primeira vitória à geral no Dakar, após nove cetros mundiais de ralis (WRC).

A fechar o elenco de candidatos, a Toyota aposta no brasileiro Lucas Moraes, no norte-americano Seth Quintero, que brilhou nos veículos ligeiros (SSV) - à imagem do português João Ferreira que se estreia em Mini da X-Raid (ver peça em baixo) - e no saudita Yazeed Al-Rajhi.

O único vencedor das 18 últimas edições que não participará, e pela primeira vez em 35 anos, é o francês Stephane Peterhansel, o Senhor Dakar, com 14 vitórias entre motos (seis) e carros (oito), que marca o fim de uma era na competição.

Nas motos, o campeão mundial Ross Branch pretende dar à Hero a primeira vitória no Dakar. A equipa do fabricante indiano que tem como diretor desportivo o português Joaquim Rodrigues Jr. terá de contar com a concorrência da Honda, formação gerida pelo compatriota Ruben Faria. A armada do construtor japonês dispõe de três candidatos, o chileno Pablo Quintanilla, o norte-americano Ricky Brabec, vencedor em 2024, e o compatriota Skyler Howes.

A neerlandesa KTM, de elevados pergaminhos na prova, a debater-se com grave crise financeira, recrutou o australiano Daniel Sanders e o prodígio espanhol Edgar Canet, de apenas 19 anos.

Refira-se que a organização suprimiu a competição de quads e determinou o uso de roadbook digital por todos os participantes, reforçando-se a segurança com a duplicidade de pistas e a obrigatoriedade de os veículos disporem de bandeira vermelha elevada a dois metros acima do tejadilho, para facilitar a sua identificação no meio das dunas, com o objetivo de prevenir acidentes.

O único vencedor das 15 últimas edições que não participará, e pela primeiro vez em 35 anos, é o francês Stephane Peterhansel, o Senhor Dakar, com 14 vitórias entre motos (seis) e carros (oito), que marca o fim de uma era na competição