Fórmula 1 Nyck de Vries «triste e magoado» com dispensa da AlphaTauri
O neerlandês Nyck de Vries, na véspera do início do programa do Grande Prémio da Hungria, a ronda 11 do Mundial de 2023, reagiu, finalmente, à dispensa da escuderia AlphaTauri, depois de não somar pontos nas primeiras 10 corridas da temporada. Em publicação no Instagram, o piloto substituído por Daniel Ricciardo escreveu sentir-se «triste e magoado» com a decisão da equipa de Faenza propriedade da Red Bull, mas agradeceu a oportunidade. «Permitiram-me viver o sonho que alimentei durante tanto tempo. Claro que nunca pensei que terminasse de forma tão precoce, mas tenho de dizer obrigado tanto à AlphaTauri como à Red Bull», escreveu.
Nyck de Vries estreou-se na Fórmula 1 em 2022, substituindo Alexander Albon num Williams-Mercedes, no Grande Prémio de Itália, corrida em Monza que acabou na nona posição, registo que valeu a conquista de dois pontos e da atenção da Red Bull. «Muitas vezes, para chegarmos onde ambicionamos, temos de percorrer a estrada mais difícil. Sinto-me agradecido pela vida privilegiada que tenho e agradeço todo o apoio que recebi durante estes dias, mas tenho de olhar em frente e pensar numa etapa nova», concluiu o campeão de Fórmula 2 em 2019 e Fórmula E em 2020-21.
O neerlandês prometeu manter-se afastado das redes sociais, comunicou que não está disponível para conversar com a comunicação social nos próximos tempos, negando, ainda, ter feito as declarações que leu publicadas em muitos títulos, e também disse que pretende descansar antes de retomar a carreira. Na Hungria, o ex-parceiro de equipa, o japonês Yuki Tsunoda, elogiou-lhe o companheirismo, a qualidade e o talento. Nyck de Vries sucedeu a Pierre Gasly na AlphaTauri, após a transferência do piloto francês para a Alpine, no final do Mundial de 2022.
O nipónico contrariou, assim, o essencial das declarações de Helmut Marko, o conselheiro da Red Bull e da AlphaTauri por trás da dispensa de Nyck de Vries, que justificou a decisão com o facto do piloto neerlandês ser, sistematicamente, mais lento que Tsunoda («0,3 segundos por volta», disse). «Tinha o que é fundamental na Fórmula 1, sobretudo rapidez e ritmo de corrida», afirmou Tsunoda.
Yuki Tsunoda também reconheceu que o ingresso de Daniel Ricciardo na AlphaTauri pode beneficiá-lo. «Aprendi muito com o Nyck, que competiu em diversas categorias. O facto de passar a contar com um companheiro tão experiente permite-me evoluir mais. A minha expectativa é de que os seus conhecimentos beneficiem a equipa e o desenvolvimento do carro», concluiu.
O australiano Daniel Ricciardo também comentou a dispensa do antecessor, que considerou «suficientemente maduro para compreender o que acontece no desporto automóvel. Tem potencial e, no fim da história, até pode regressar mais forte», disse o australiano, que viveu episódio semelhante no final do ano passado, quando teve conhecimento que a McLaren decidira substituí-lo, em 2023, pelo compatriota Oscar Piastri. «Perguntei-me muitas vezes se voltaria a competir na Fórmula 1. Ficarei feliz se voltar a encontrá-lo numa grelha de partida», disse.
Finalmente, Lewis Hamilton também emitiu opinião sobre este assunto e não perdeu a 'oportunidade'. «Pobre, Nyck! Esta decisão surpreendeu-me, mas a Red Bull funciona assim», acusou o britânico da Mercedes (o neerlandês foi piloto de reserva e testes da equipa alemã em 2021 e 2022), talvez recordando episódios registados em 2016 e 2019 (no primeiro, Daniil Kvyat perdeu o lugar para Max Verstappen; no segundo, Pierre Gasly foi substituído por Alex Albon). «É muito talentoso! Certamente, o futuro reserva-lhe oportunidades melhores», rematou.