Moto GP: «Com sete fraturas, pensei que não voltaria a pilotar»
O campeão do Mundo, Jorge Martín, está em Austin e sonha com o regresso às pistas que poderá acontecer no Qatar a 13 de abril, mas confessa que sofreu muito física e psicologicamente
O espanhol Jorge Martín viajou para Austin, nos Estados Unidos, onde, este fim de semana, se disputa o GP das Américas, apesar de ainda não poder competir.
Na reta final da recuperação, acredita o piloto da Aprilia, após duas quedas graves na pré-temporada que o obrigaram ambas a submeter-se a cirurgias, Martín queria estar próximo da equipa e por isso atravessou o Atlântico.
Nas duas primeiras semanas minha mão estava inútil. Eu, literalmente, tinha de segurar a mão lesionada com a outra mão
«Estar aqui e não vestir o fato e ir para a pista é difícil. Não sabia o quanto iria aproveitar este fim de semana, mas estou a tentar encará-lo com uma atitude diferente. Ponho os fones nos ouvidos e tento ouvir o que Bezzechi e Savadori estão a dizer e tento contribuir com o que posso. Era importante estar com a equipa e perceber como eles trabalham . Estou feliz por estar aqui porque significa que meu regresso está mais perto», disse o piloto que ainda não se estreou no Mundial à DAZN.
A próxima paragem do Mundial, a quarta, é o Grande Prémio do Qatar. «Não sei se vou conseguir. Estou a melhorar, lentamente para mim, mas muito mais rápido do que os médicos esperavam . Agora, depois de Austin, farei alguns testes em Barcelona para ver quanto cicatrizou o osso escafoide e as sete fraturas que tive. Depois decidiremos. O Qatar pode ser realista, mas não sei se terei forças para aguentar o fim de semana inteiro», explicou.
Bem disposto nos Estados Unidos, o espanhol confessou que nem sempre foi assim, e que as primeiras corridas que viu no sofá foram muito duras. «Foi um momento muito difícil psicologicamente. Pensei que nunca mais conseguiria pilotar ou competir, porque nas duas primeiras semanas minha mão estava inútil. Eu, literalmente, tinha de segurar a mão lesionada com a outra mão. Felizmente, isso já passou», contou.
«Não foi nada fácil. O acidente na Malásia foi muito mau, mas oito dias depois estava de volta à moto. O segundo acidente foi muito mais sério e as duas semanas seguintes foram muito difíceis . Fiquei longe das motos por muito tempo, mas não tenho escolha a não ser olhar para frente. É a lesão mais difícil de recuperar. Em Portimão, parti-me tudo, mas a recuperação foi rápida, e esta é mais lenta do que o normal. Mas estou ansioso para voltar. O importante é que estou motivado e não perder esse entusiasmo. Cada dia que passa é um dia a menos de espera» rematou.
O mesmo pensamento terá, por certo, o português Miguel Oliveira, também a recuperar de lesão e ainda sem data anunciada para o regresso ao Mundial.