Automobilismo Fórmula E no Mónaco: «A vontade é ganhar»
António Félix da Costa, hoje, pretende repetir vitória de 2021. Início da segunda metade do Mundial. Piloto português da Porsche mantém título debaixo de olho
O Mundial de Fórmula 1 acelera no Mónaco apenas no dia 28, para a edição 80 da corrida mais glamourosa no calendário da categoria-rainha do desporto automóvel, este ano como ronda 7 de um campeonato que visitou o Principado em 68 temporadas, em 74 edições desde 1950 (falhou apenas 1951, 1952, 1953, 1954 e, mais recentemente, 2020). Ayrton Senna (6, incluindo 5 consecutivas) e McLaren (15) são os recordistas de vitórias no circuito com 3,337 km, 1 túnel e 17 curvas mediáticas (Sainte Dévote, Casino, Mirabaeu, Grand Hotel Hairpin, La Rascasse, etc.). O mês 'festivo' que termina com o grande prémio começa hoje, com a 6.ª visita da Fórmula E.
No Mónaco, ronda 9 de Mundial com 16 corridas, arranque da 2.ª metade da época. O ePrix realiza-se apenas pela 3.ª vez na totalidade do circuito de grande prémio, o que é possível só devido ao progresso tecnológico na Fórmula E. Na 1.ª, em 2021, 1.ª posição para António Félix da Costa. Hoje, em estreia, geração 3 do monolugar elétrico pela 1.ª vez em ação no Principado, dínamo da expectativa para a qualificação (9.40 horas) e as 29 voltas no programa da corrida (14.04 horas), por tratar-se de máquina 'à medida' das ruas de Monte Carlo. É, ainda, o regresso da Maserati (em 1957, com o argentino Juan Manuel Fangio, última vitória na Fórmula 1) e o reencontro da equipa italiana com a McLaren nesta grelha de partida, o que não acontece desde 1969.
Este ano, na Fórmula E, mão cheia de recordes. Na ronda anterior do campeonato, em Berlim, Alemanha, nas 2 corridas do fim de semana, registaram-se 362 ultrapassagens (!), com 190 na 1, que teve 8 pilotos e 20 mudanças na liderança do ePrix, e 172 na 2. Este 'excesso' de movimentações deve-se à importância da gestão da energia nas baterias dos monolugares, mais difícil na frente que no meio do pelotão. Também nesta Época 9 do Mundial, 6 vencedores (de 5 equipas) em 8 corridas, 10 pilotos no pódio e, na África do Sul, recorde de velocidade, com a volta mais rápida de sempre na categoria – média de 154,987 km/h protagonizada por Sacha Fenestraz, da Nissan. «Estes carros são rápidos e, no cone de ar, muito eficientes», explicou-nos Félix da Costa, ontem, no 'paddock' de Monte Carlo.
Pascal Wehrlein, parceiro do português na Porsche, lidera o Mundial, com 100 pontos, mais 4 que o neozelandês Nick Cassidy, da Envision Racing. António é 6.º, com menos 32 pontos que o alemão. Nesta Época 9, o português já ganhou a ronda 5, na Cidade do Cabo (África do Sul). O piloto de Cascais, em 104 corridas na categoria, somou 8 vitórias, 18 pódios, 9 'pole', 3 voltas mais rápidas e o título de campeão da Época 6 (2019/20). No Mónaco, como 2 melhores resultados, 1.º em 2021 (também na qualificação) e 5.º em 2022.
Hoje, para António Félix da Costa, 4.ª corrida em 4 fins de semanas consecutivas, na Fórmula E e no Mundial de Resistência (WEC). Entre barreiras de proteção e muros, há um máximo de 29 pontos para ganhar (25 pela vitória, 3 pela 'pole', e1 pela volta mais rápida na corrida). «Este circuito traz-me memórias incríveis. Estou muito confiante, acredito que posso lutar pelos lugares do pódio. Ainda estamos a meio da época e tenho de continuar a somar pontos. A vontade é ganhar, mas a regularidade decide tudo no campeonato», concluiu.