«Portugal vai lutar por uma segunda qualificação olímpica, é excecional»
Paulo Jorge Pereira, selecionador de andebol (MIGUEL NUNES/ASF)

«Portugal vai lutar por uma segunda qualificação olímpica, é excecional»

ANDEBOL28.12.202322:37

Paulo Jorge Pereira traça um objetivo claro para a Seleção no Europeu que arranca no dia 10 de janeiro na Alemanha

O plano dos Heróis do Mar está traçado e o rumo é conhecido por todos. No Europeu, que arranca no dia 10 de janeiro, na Alemanha, Portugal vai em busca de um lugar que permita lutar pelo apuramento para os Jogos Olímpicos. Para isso, a equipa orientada por Paulo Jorge Pereira vai navegar um pouco às escuras, uma vez que não se sabe à partida qual a classificação de que a Seleção precisa para assegurar uma vaga no torneio pré-olímpico. 

«Chegar ao torneio pré-olímpico é o objetivo principal e isso passa por chegar à Main Round do Europeu», atira sem hesitar, em conversa com A BOLA, em Rio Maior, onde decorre o estágio. «Não vale a pena estarmos a fazer muitas contas, o facto de Portugal estar permanentemente nestas competições já é espetacular. Estarmos na agenda olímpica... além do futebol, nenhuma seleção de modalidade coletiva em Portugal foi aos Jogos Olímpicos. Em mais de 100 anos! E nós estamos a equacionar ir uma segunda vez. Isso para o andebol é algo excecional», defende.

Paulo Jorge Pereira, selecionador de andebol (MIGUEL NUNES/ASF)

Ainda antes do início do Europeu, França (organizador) e Dinamarca (campeã mundial) já estão apuradas para os Jogos, enquanto Espanha, Suécia, Alemanha, Noruega e Hungria têm lugar garantido no torneio pré-olímpico.

«Sabemos que é obrigatório passar à segunda fase e não vai ser fácil. A Rep. Checa é uma equipa fortíssima, que tem vindo a crescer muito, tem vários atletas a jogar na Bundesliga, o melhor campeonato do mundo. Se jogarmos bem, vamos ganhar. O estatuto e o ranking valem o que valem», alerta o técnico.

Temos é de fazer agora. Com quem é que jogámos, é com a Grécia? É agora que temos de ganhar à Grécia, não é a mais ninguém. Nem precisamos de estar a fazer muitas contas. Aliás, para nós as contas são fáceis: é passar à Main Round e, depois de lá estarmos, temos de trabalhar e esperar que as equipas que já estão qualificadas para o pré-olímpico ou para os Jogos Olímpicos fiquem à nossa frente. É fácil, mas é durante a competição que vamos ver onde é que vamos ficar. 

Gilberto Duarte regressa feliz

Com algumas baixas de peso devido a lesão, a convocatória inclui o nome do experiente Gilberto Duarte, que conta mais de 100 internacionalizações e regressa à Seleção após uma ausência de mais de um ano e meio. 

«Eu disse-lhe que tenho seguido os jogos dele em França e sinto que anda mais feliz. E espero que ele continue feliz como estava. Para já, vejo-o felicíssimo, a treinar bem, já compreendeu qual é o papel dele aqui e acho que nos pode ajudar», sublinha.

Sobre a preparação da Seleção que está concentrada desde o dia 26, o selecionador lamenta apenas duas ausências, ambas motivadas por doença: a do pivô Daymaro Salina e do guarda-redes Diogo Rema.

«Tivemos de reestruturar um pouco os treinos porque o Daymaro Salina ainda não está, por problemas de saúde, vamos lá a ver se ele se recupera esta semana. Mas não estamos a pensar muito nos adversários, e sim em nós. Sobretudo quando falamos da defesa, os movimentos que trabalhamos servem para todas as equipas, mas alguns deles incidem mais sobre os nossos adversários diretos e agora estamos a acumular informação o ir tratando dela na prática para depois podermos resolver os problemas que os adversários nos vão colocar», refere o técnico.

«De resto as sensações são boas, mesmo com as adaptações que tivemos de fazer. Estamos a trabalhar bem, o que me deixa muito satisfeito», conclui.