Mundial: Lágrimas de vitória

Mundial: Lágrimas de vitória

RÂGUEBI09.10.202301:16

Portugal ganha pela primeira vez um jogo num campeonato do mundo. Lobos batem Fiji por 24-23 e terminam em 4.º no Grupo C. Melhor prestação de sempre no adeus de Patrice Lagisquet

A Seleção despediu-se do Mundial França-2023 com um histórico triunfo por 24-23 diante as Fiji e sensacionalmente termina no 4.º lugar do Grupo C, com 6 pontos, um lugar acima da Geórgia, eterna rival europeia. 

Ao oitavo jogo, na segunda participação num campeonato do mundo, um ensaio convertido no minuto 78 deu a Portugal (16.º do ranking) a primeira vitória no evento. Nos quatro jogos do França-2023, os lobos somaram ainda duas derrotas (País de Gales e Austrália) e um empate (Geórgia), o que lhes permite registar a melhor prestação de sempre, depois de terem sofrido quatro desaires - e 1 ponto apenas - há 16 anos, no França-2007.

No jogo número 40, que marcava o encerramento da fase de grupos da competição e a despedida do selecionador Patrice Lagisquet, em Toulouse, num estádio repleto de portugueses onde os lobos tinham empatado com os georgianos (18-18), o XV Nacional chegou ao intervalo igualado a 3-3 frente à poderosa Fiji (8.ª), e com esta a necessitar apenas de um ponto para se qualificar para os quartos de final, pela quarta vez na história. 

Em 80 minutos pincelados com erros, anarquia e desorganização, Portugal passou para a frente do num ensaio de Rafaelle Storti (45’), o terceiro nesta campanha, a que se seguiu o pontapé de conversão de Samuel Marques. 

Embora sofrendo um toque de meta dos flying fijians, a Seleção aproveitou o momento em que Levani Botia levou um amarelo (10m de castigo) para chegar ao segundo ensaio através de Francisco Fernandes, 38 anos - o mais velho jogador em prova a par do irlandês Jony Sexton -, que fez a despedida dos lobos juntamente com Mike Tadjer, Samuel Marques, Anthony Alves e Lionel Campergue.

Um toque de meta de Mesake Doge, aos 68’, e duas penalidades de Frank Lomani, deixavam, a 6m do fim, os portugueses a 6 pontos de distância, mas, tal como no torneio de qualificação para este Mundial, o destino luso foi colocado no pé de Samuel Marques.

Ao ensaio de Rodrigo Marta, o primeiro no campeonato, Marques colocou a bola entre os postes e fez levantar as bandeiras dos árbitros assistentes. Estava realizado o sonho português: a primeira vitória num mundial. As lágrimas correram entre todos e a festa explodiu nas bancadas.