Manresa sufoca Benfica na Champions

Benfica sem capacidade de reação para a pressão defensiva sobre a bola e intensidade fisica que a equipa catalã impôs no aranque da Liga dos Campeões. No final do 1.º quarto águias já perdiam por 14 pontos

Se o Benfica, pela terceira temporada consecutiva na prova, não se lembrava bem da diferença do nível que existe entre jogar habitualmente a nível nacional e na Liga dos Campeões, o Manresa apenas necessitou dos primeiros 6 minutos, quando já vencia por 19-8, depois de um parcial de 8-0, para recordar que o ritmo e intensidades são bastante superiores e quem não entrar em campo preparado pode ser arrasado.

Foi o que aconteceu no Pavelló Nou Congost, em Manresa, onde a formação espanhola bateu as águias por pesados 92-64 em partida a contar para o arranque do Grupo G da Champions e na qual as ausências dos três lesionados dos lisboetas - alguns que já se sabe que tão cedo não poderão dar o seu contributo e meia hora antes o clube fez saber que o base Ahmaad Rorie sofreu um traumatismo no joelho esquerdo e está em recuperação -, não justificam o fosso que se criou logo no 1.º quarto (31-17), onde chegaram a existir 18 pontos de diferença (31-13) após mais um parcial de 10-0 dos catalães.

Diego Ocampo havia estudado bem os tricampeões nacionais e as suas fragilidades do momento, e não só, e montou uma estratégia para nem os deixar respirar desde início. Sufoca-los desde que quisessem levar a bola para o meio-campo contrário. Foi bem sucedido.

Impondo uma pressão individual campo inteiro sobre o portador da bola, no início José Barbosa (3 pts, 5 ass), este viu e desejou-se para a levar para o ataque. Estranhamente, tal foi a desorientação em que a equipa foi caindo, não havia ninguém que viesse em seu auxílio, fosse para um bloqueio ou para sair em passe e desfazer a tática. Nada!

E quando este aquele foi substituído por Diogo Gameiro logo aos 3.20m (9-3), as coisas não melhoraram muito, pois às ajudas o Manresa passou a fazer pressão bastante física de dois contra um à qual os benfiquistas sentiram bastante desconforto, até porque Ocampo rodava constantemente os seus homens para que estes dessem o máximo. E eles davam.

Reflexo dessa estratégia, passado 10 minutos os encarnados registavam 6 turnovers – ao intervalo levavam 13 e terminaram com 20 – e os donos da casa haviam conseguido 10 dos seus pontos derivados dessas perdas de bola, enquanto os da Catalunha se mantinham sem turnovers (acabaram com 15).

Tais erros tinham igualmente possibilitado que o oitavo classificado da Liga ACB em 2023/24, não passou da primeira ronda do play-off, tivesse ainda 5 pontos em contra-ataque contra nenhum dos forasteiros que sentiam dificuldades para organizar uma jogada com principio, meio e fim.

Além do mais, se só no 1.º período os pupilos de Norberto Alves foram interrompendo as sequência de pontos do adversário com quatro triplos (10/30 no total), foi dentro da área restritiva que o Manresa obteve 20 dos seus 31 pontos, com o extremo/poste Derrick Alston (25 pts, 7 res) a começar a destacar-se e a marcar 8 pontos seguidos na transição para o 2.º quarto.

Momento após o qual os visitantes, com destaque para Tyler Stone (11 pts, 3 res), reduziu a desvantagem a 7 (39-32) após um parcial de 2-3, e deu alguma esperança de poder incomodar o Manresa. Mas foi tudo.

Dois triplos voltaram a dilatar para além das dezenas (45-32) e a partir daí foi um constante avolumar da diferença, atingindo o máximo de 32 (84-52) no início do último período, antes dos dois conjunto baixarem drasticamente de intensidade e deixarem correr o tempo num embate há muito resolvido.

No outro encontro do Grupo G, em Tortona, Itália, os afitriões do Derthona Basket derrotou os alemães do Niners Chemnitz por 87-81 (22-17, 25-25, 21-18, 19-21).