Jaime Faria diz que está como o Cristiano Ronaldo e pronto para o Estoril Open
Jaime Faria está dispensado do qualifying do 10.º Estoril Open Fotografia Imago

Jaime Faria diz que está como o Cristiano Ronaldo e pronto para o Estoril Open

TÉNIS08.04.202517:12

N.º 2 nacional garantiu que este ano não terá de ir ao qualifying do principal torneio português, onde se ganha bom ritmo, mas desgasta-se as pernas. Espera já estar a jogar no Masters de Madrid e depois ter capacidade e atuar a nível de agradar aos fãs família e amigos no torneio onde se recorda bem de quando João Sousa venceu

Segundo português, depois de Nuno Borges (43.º do ranking), que já tem garantida presença no quadro principal do 10.º Millennium Estoril Open, a decorrer no Clube de Ténis do Estoril, entre 26 de abril e 4 de maio, para esta edição Jaime Faria está dispensado do qualifying ao receber o primeiro wild-card da organização da prova que fechou com o 83.º lugar do ranking mundial. Há um ano, Jaime era 411.º do mundo, agora encontra-se em 99.º, mas ficou de fora após o cut-off de ontem. Afinal já está dentro.

«Entrar directamente ajuda bastante. No ano passado tive de passar a fase de qualificação, que nos dá um ritmo de competição, mas provoca algum cansaço nas pernas. É melhor entrar directo», garante Jaime, que em 2024 ficou-se pelos dezasseis avos de final. Era então 262 do ATP.

Estoril Open: «Não tenho dormido, mas o sonho é voltar a ter um português a ganhar»

8 abril 2025, 14:41

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Nuno Borges, João Fonseca, Kei Nishikori ou Learner Tien estão entre os nomes apresentados para a 10.ª edição do Estoril Open, que vai disputar-se entre 26 de abril e 4 de maio, mas todos dependem do que lhes acontecer na semana anterior no Masters 1000 de Madrid. Nada que preocupe a organização neste ano em que baixa para um Challenger 175 e mal pode esperar por 2026 quando voltar aos ATP 250. O português Jaime Faria recebeu o primeiro wild-card.

«O torneio não vai ser da mesma categoria», relembra face à competição ser agora um Challenger 175 em vez do habitual ATP 250, estatuto que irá recuperar em 2026, «o que o torna mais acessível para o meu nível e a que quero jogar, mas sinto-me bem. Por isso tenho boas perspectivas», acrescenta apesar de estar a recuperar de uma lesão no pé esquerdo que o obrigou a desistir do Masters de Miami e ATP de Marraquexe.

«Já venci dois torneios challenger e estive numa final de outro. Confesso que nunca joguei um 175, este será o primeiro, no entanto, espero dar-me bem e fazer um bom trabalho», reforça quem, em janeiro, deu nas vistas ao ganhar um set (1-6, 7-6 (7/4), 3-6 e 2-6) frente a Novak Djokovic na 2.ª ronda do Open da Austrália. Partida disputada na Rod Laver Arena e que o tornou no primeiro português a roubar um set ante o mítico sérvio.

«Estou melhor da lesão, quase a 100 por cento – diria como o Cristiano Ronaldo há muitos anos, 99,9% -, e o objetivo é disputar o Oeiras Open, só que deverá ser complicado. No entanto, Madrid [Masters 1000], é quase certo», revela sobre o torneio que começa uma semana antes do Estoril Open e do qual se ambiciona que venham algumas estrelas, entretanto eliminadas.

«E jogando Madrid, jogo o Estoril. Por um lado não era mau perder este Estoril Open, significava que estava numa fase adiantada em Madrid e num torneio grande, mas gostava bastante de estar nesta edição do Estoril Open. É sempre especial para todos os tenistas jogarem em casa e este é o maior torneio que temos em Portugal», completa.

FORMATO DO TORNEIO

O formato competitivo do Millennium Estoril Open mantém-se com um quadro principal de singulares de 28 jogadores: os 19 com acesso direto através do ranking, aos quais se juntam três wild cards, quatro qualifiers oriundos da fase de apuramento e dois eventuais special exempts (jogadores a competir na semana anterior que não possam estar presentes no arranque do qualifying.

E quando o João Sousa venceu em 2018 no Estoril, estava na bancada? «Não, mas acompanhei o jogo. Nesse mesmo torneio fui vê-lo em dois jogos. Um contra o Pedro Sousa, que é atualmente o meu treinador, e na primeira ronda frente ao Medvedev, se não me engano», revela.

«Jogar em Portugal é diferente. No estrangeiro, às vezes, já consegui levar família ou amigos a torneios, mas aqui é completamente distinto. Quero agradar aos adeptos, mas também à minha família e amigos, e conseguir um bom ténis em frente a eles. É o mais gratificante. Ter toda essa gente em Portugal a ver-me, além da transmissão televisiva, ajuda a que todos possam acompanhar e faz com que seja importante jogar bem», concluiu o n.º 2 nacional e o único, a par de Borges, a integrar o top 100.

«Nem hesitei. O Jaime merece é e um tipo extraordinário»

Questionado sobre a atribuição do wild-card a Jaime Faria, João Zilhão, diretor do Estoril Open, contou que não está muito preocupado com o facto do português estar a vir de uma lesão. «Falei com a equipa dele e ele próprio diz que vai estar bom para jogar, por isso não é motivo de preocupação. Se não estiver, devolve-me o wild-card e dou a outro. Não vai entrar lesionado, mas pelo seu ranking e por tudo o que fez, esta oportunidade é mais do que merecida. Nem hesitei um milissegundo. Só não entrou diretamente porque o quadro está fortíssimo, fechou com o 83.º do mundo, mas o Jaime merece este wild-card. Acho que não haverá muitos jogadores a subirem 400 lugares desde o ano passado e é, claramente, o segundo melhor português da atualidade e um tipo extraordinário.»