Estoril Open: «Não tenho dormido, mas o sonho é voltar a ter um português a ganhar»
Nuno Borges, João Fonseca, Kei Nishikori ou Learner Tien estão entre os nomes apresentados para a 10.ª edição do Estoril Open, que vai disputar-se entre 26 de abril e 4 de maio, mas todos dependem do que lhes acontecer na semana anterior no Masters 1000 de Madrid. Nada que preocupe a organização neste ano em que baixa para um Challenger 175 e mal pode esperar por 2026 quando voltar aos ATP 250. O português Jaime Faria recebeu o primeiro wild-card.
«Nos últimos dias não tenho dormido bem», confessou João Zilhão, diretor do Milleninum Estoril Open, na apresentação, nesta terça-feira, do principal torneio de ténis em Portugal, sob o lema 'Esta é a nossa terra', e que decorrerá, entre 26 de abril e 4 de maio, no Clube de Ténis do Estoril.
Por isso, a pergunta era fácil: para quem tem dormido pouco, qual é o sonho para esta 10.ª edição? «O maior sonho é que seja um português a ganha-lo, novamente. Foi talvez dos momentos mais marcantes da minha vida quando João Sousa se atirou para trás na edição de 2018. Adorava voltar a viver esse momento. Seja com o Nuno [Borges] ou com o Jaime [Faria], ou outro jogador português, mas, obviamente, esses são os que estão, neste momento, no quadro principal. Seria um sonho que isso acontecesse novamente», respondeu de imediato Zilhão e após, minutos antes, ter confirmado a renovação do evento, que esta temporada foi despromovido de ATP 250 para um Challenger 175, um escalão abaixo, com o seu principal patrocinador e a Câmara Municipal de Cascais até 2027.
Além do n.º 1 nacional Nuno Borges, na lista dos nomes anunciados, mas nenhum confirmado devido na semana antes começar o Masters 1000 de Madrid e poderem continuar em prova, Zilhão conta com a presença do japonês Kei Nishikori (65.º), do brasileiro João Fonseca (59.º), do americano Learner Tien (69.º), Alex Michelsen (37.º), Tomas Etcheverry (46.º), assim como os finalistas das duas últimas edições, o sérvio Miomir Kecmanovic (47.º), e o espanhol Pedro Martinez (51.º).
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Tenistas que o deixam satisfeito para manter o nível da prova, até porque agora está limitado a quem pode convidar devido a já não se tratar de um ATP 250 - os top mundiais estão proibidos de competir-, assim como dos prémios que pode dar ou cachet a pagar devido às regras da ATP, para evitar possíveis desvios de torneios que estejam a decorrer, como o de Madrid.
Quem também já tem lugar garantido é o português Jaime Faria, que teve direito ao primeiro wild-card da organização, evitando ter de ir ao qualifying pois, apesar de ser 99.º do ranking, esta edição fechou, ontem, na 83.ª posição ATP. Mesmo estando a recuperar de uma lesão no pé esquerdo e por isso não saber se também ele irá entrar em Madrid, Jaime Faria espera ter tudo superado para o Estoril Open.
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«Não quero dizer que desejo que corra mal a alguém em Madrid, mas sei que o torneio de ténis é ingrato porque em cada ronda metade perde. É assim. Vimos isso em Monte Carlo, onde uma série de estrela foram eliminadas na ronda inaugural. Não há nada a fazer, portanto, muito e bons jogadores vão sair na quarta-feira, quinta, sexta… e no domingo em Madrid e sei que vou receber muitos telefonemas. A decisão de quem ajudo é que vai ser a mais importante», vai contando Zilhão, que espera «bater-lhes palmas» se Nuno Borges e João Fonseca, ambos bastante desejados pelo torneio luso, forem longe na capital espanhola e só puder contar com eles em 2026, quando o Estoril Open voltar a ser um ATP 250, mas, certamente, noutra data do calendário mais próxima do verão.
«Mas não estou preocupado com isso. Vamos ter um grande quadro, com grande nomes, no entanto, ainda existem algumas indefinições como acontece em todas as semanas do ATP: lesões, jogadores que eram para ir não vão... Lembro-me que, há dois anos, dei um wild-card ao [Stan] Wawrinka, tinha as ruas todas com ele, e depois não veio porque estava cansado. Acontece no ténis», desdramatiza.
FORMATO DO TORNEIO
O formato competitivo do Millennium Estoril Open mantém-se com um quadro principal de singulares de 28 jogadores: os 19 com acesso direto através do ranking, aos quais se juntam três wild cards, quatro qualifiers oriundos da fase de apuramento e dois eventuais special exempts (jogadores a competir na semana anterior que não possam estar presentes no arranque do qualifying.
Entre as novidades que João Zilhão espera que venham a manter animação permanente ao longo da competição, destacam-se três. A primeira um Cascais Super Shootout, logo a 26 de abril. com um prémio de 20 mil euros para o vencedor. Envolverá oito jogadores, ainda a serem escolhidos conforme a lista final de inscritos e caso queiram participar, em que se defrontaram num mini torneio de tie-brake até aos 10 pontos. onde segue em frente quem ganha.
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Candidatos existem já vários, mas João Zilhão contou que os eleitos apenas serão escolhidos dias antes, a dedo, pois deseja ter lá os melhores e até porque o prémio é apetecível e os jogos prometem emoção.
Outra é a existência de um pré-qualifying com portugueses, entre 26 e 27 de abril, para disputarem um lugar no qualifying, e por fim, a realização de um Celebrity Pro-Am que colocará duas celebridade nacionais contra dois tenistas profissionais retirados. Nomes que Zilhão preferiu, por enquanto, manter em segredo.