Choque pelo título
Fotografia Luís Cabelo

Choque pelo título

RÂGUEBI18.05.202409:44

Belenenses e Agronomia discutem, hoje, a final, no Restelo. Azuis podem igualar Benfica no ‘top’-3. Agrónomos desejam terceiro cetro

Belenenses e Agronomia decidem, hoje (11 h), no Estádio do Restelo, em Lisboa, quem é o 65.º campeão da principal divisão do râguebi português. Os azuis do Restelo procuram o nono título, facto que lhes permitirá igualar o Benfica no top-3 dos historial, enquanto os agrónomos ambicionam o terceiro troféu.

Nas últimas seis temporadas é a terceira final em que os dois clubes se encontram para decidir quem leva a placa. O XV de Belém venceu em 2017/2018 (17-9), os verdes e brancos da Tapada ergueram o troféu no ano seguinte (18-10). Antes, defrontaram-se na época 2007/2008 (22-21), uma vitória apertada mas pintada de azul.

Quatro finais de Cruz de Cristo ao peito, vencedor em duas delas, João Mirra, treinador do Belenenses, afasta a ideia de liderar uma equipa talhada para as finais. «O segredo é ser coerente com aquilo que nos propuséssemos há uns anos. Ser competitivos e estar o maior número de vezes nos momentos de decisão. E só passando várias vezes pela mesma experiência é que começam a estar talhados para estes momentos. Foi o que aconteceu connosco», detalhou em conversa com A BOLA.

Os outros campeões

Num historial em que o Belenenses foi o primeiro campeão nacional (1958/1959), o CDUL mantém-se como o clube mais titulado: 20 (17 dos quais conquistados até 1990). No modelo competitivo em vigor, desde 2000/01, alcançou os restantes três troféus. O Benfica (9) sagrou-se campeão pela última vez no primeiro campeonato deste século (2000/2001), data a partir da qual o Direito conquistou 10 dos último 12 ceptros nacionais. Já o Cascais (6) foi o grande dominador dos anos 90 do século passado, enquanto o Técnico contabiliza três placas de madeira e a Académica (4) é a única equipa fora do eixo Lisboa-Cascais a inscrever-se nesta luta, tendo a última conquista em 2003/2004.

Líderes na fase regular e invictos durante a época, os azuis afastaram na meia-final o Direito. Estão, desde 2000/2001, ano a partir do qual vigora o atual modelo competitivo, na oitava final, tendo conquistado metade. «A nossa obrigação é dar tudo pela nossa camisola. Sair de cabeça erguida e felizes, se ganharmos, ou de cabeça erguida e tristes, se perdermos, mas é inegociável sair de cabeça erguida porque demos tudo por esta camisola», frisou Mirra.

Caminho diferente trilhou a Agronomia. «Perdemos os primeiros jogos no início da época, lesões e jogadores ao serviço das seleções nacionais, mas continuámos em frente com os nossos objetivos, estamos na final e será um daqueles jogos», sublinhou Kane Hancy, treinador dos agrónomos, conjunto que para chegar à final da Divisão de Honra Top-10 eliminou, nas meias, o Benfica.

Neste século, a Agronomia pisou por 11 vezes o palco das decisões. Para o treinador neozelandês é a segunda na curta carreira. «São ambas especiais. A primeira era jogador-treinador, com o Técnico (2020/2021) e esta a primeira só como treinador e espero ganhá-la», rematou.