VOLTA A ESPANHA Van Aert 'vinga-se' de Groves na despedida de Portugal

Belga da Visma, camisola vermelha da Vuelta, impõs-se ao seu 'carrasco' da véspera na etapa da véspera em Ourém, Kaden Groves, na chegada a Castelo Branco, o último dia da prova em Portugal. João Almeida sobe à 9.ª posição.

Segunda etapa em linha da Volta a Espanha em Portugal, segunda vitória conquistada em sprint em pelotão compacto. Após a derrota na véspera, Wout van Aert (Visma-Lease a Bike) bateu o australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) e levantou os braços, esta segunda-feira, na meta da terceira tirada em Castelo Branco, após 191,2 quilómetros desde Lousã, na despedida da corrida espanhola do nosso País, de onde partiu, em Lisboa, no sábado.

Com a camisola vermelha no corpo, o belga soma a terceira vitória na temporada - depois de ter triunfado na clássica Bruxelas-Kuurne-Bruxelas, em finais de fevereiro, e antes na 3.ª etapa da Volta ao Algarve, em Tavira - e reforçou a liderança da Vuelta, antes da entrada da prova nas etapas de montanha.

Kaden Groves foi segundo na etapa e o espanhol Jon Aberasturu (Euskatel-Euskadi) fechou o top-3.

Na classificação geral, além de Van Aert ter acentuado a cor da sua camisola, agora com 13 segundos de vantagem sobre o segundo, o norte-americano Brandon NcNulty (UAE Emirates), João Almeida (UAE Emirates) sobe à 9.ª posição (um lugar), a 32 segundos do líder, após concluir a etapa no pelotão, onde também chegaram integrados Nelson Oliveira (Mosvistar) e Rui Costa (EF Education-EasyPost).

Na história da jornada, dois fugitivos da segunda etapa, na véspera, o espanhol Luis Ángel Maté (Euskatel-Euskadi), com os seus 40 anos de idade, e o seu compatriota Ibon Ruiz (Kern Pharma), década e meia mais novo, corajosos aventureiros que enfrentaram a fortíssima nortada entre Cascais e Ourém, não se resistindo mais ainda restavam percorrer 52 quilómetros, repetiram a iniciativa e escaparam outra vez ao quilómetro zero.

Desta vez, tiveram a companhia (e a ajuda preciosa) de mais dois espanhóis, coincidência ou talvez não, um de cada daquelas duas equipas, Unai Iribar (Kern) e pouco depois Xabier Isasa (Euskatel), que rapidamente ganharam vantagem com a permissão do pelotão, interessado na fuga.

A mesma liberdade de escapar não tiveram, aos 15 quilómetros, três temíveis roladores, Kasper Asgreen (T-Rex Quick-Step), Victor Campenaerts (Lotto Dstny) e Stefan Küng (Groupama-FDJ), que tentaram fazer a ponte para o quarteto e elevar o nível da fuga do dia, mas as equipas no pelotão interessadas na vitória na etapa moveram-lhe imediata perseguição, reabsorvendo-os em poucos metros.

Depois deste breve frisson, que certamente abrilhantaria a despedida da Vuelta de Portugal, a etapa decorreu sem mais relevâncias, exceto a luta pelos pontos das duas contagens de montanha entre os quatro fugitivos, com o pelotão a controlar a sua vantagem (sempre a rondar os 2-3 minutos) até à aproximação à meta, em Castelo Branco, quando, entre aqueles, deixou-se de partilhar esforços, procurando um derradeiro momento exclusivo de protagonismo.

Então, Xavier Isasa isolou-se após a contagem de montanha do Alto da Alpedrinha, na Serra da Gardunha, a 30 quilómetros da chegada, mas nem por isso tornou mais viável a possibilidade de vencer a tirada.

As equipas dos velocistas mantiveram-se a intensidade na peugada dos homens da frente e alcançou-os, um após outro, até ao derradeiro, Isasa, restavam rolar precisamente 20 quilómetros, deixando a discussão da vitória na etapa, tal como no dia anterior, para o sprint em pelotão compacto e com os mesmos protagonistas, Kaden Groves e Wout van Aert, os corredores mais velozes no início desta Vuelta.

A quarta etapa, na terça-feira, já é disputada integralmente em Espanha, entre Plasencia e Pico Villuercas (170,5 km) e termina com uma contagem de 1.ª categoria. Primeira grande batalha entre os líderes.