Uma mão de títulos para Bonvalot
Teresa Bonvalot conquista 5.º título nacional. Vence também sub-troféu Allianz Triple Crown.
A ilha de São Miguel, nos Açores, é um local de boa memória para Teresa Bonvalot. Em 2022, em Santa Bárbara, na Ribeira Grande, a surfista do Sporting somou, nessa época, o quarto título da carreira e o quarto Allianz Triple Crow, ambos assegurados antecipadamente na 4.ª etapa da Liga MEO surf, circuito que apura o campeão nacional.
Dois anos depois, de novo na Praia do Areal de Santa Bárbara, e de novo de forma antecipada e quando faltam duas etapas na competição feminina, Bonvalot volta a sagrar-se campeã nacional Open na etapa açoriana e volta a vencer o Allianz Triple Crow, sub-troféu que premeia os surfistas em função dos resultados nas etapas na Figueira da Foz e Ericeira, já realizadas, e na ilha açoriana. Sucede a Francisca Veselko, em ambos os troféus.
Contas feitas, Teresa Bonvalot, 24 anos, sagra-se pentacampeã nacional (2014, 2015, 2020, 2022 e 2023) 10 anos depois do primeiro título na primeira divisão do surf português. Acumula o feito com uma mão cheia de prémios Allianz Triple Crow (2015, 2019, 2020 e 2022), sub-troféu que cumpre a 10.ª edição. Torna-se a única surfista feminina a fazer o bi nos Açores e iguala Frederico Morais (2009 e 2022) na galeria de vencedores da etapa.
Face à ausência de Francisca Veselko, Bonvalot, surfista que se prepara para repetir a presença olímpica em Paris2024, aterrou nos Açores de licra amarela a saber que lhe bastava atingir as meias-finais do Allianz Ribeira Grande Pro para ser coroada campeã no meio do Atlântico quando falta ainda duas paragens na competição feminina (Costa Brava e Peniche). Conseguiu a proeza ao terminar na liderança o heat 2 da ronda 2 ao somar um score combinado de 14,50 pontos (7.50+7.00) e carimbar a passagem às meias da prova que termina hoje nos Açores e onde pode também ficar decidido, antecipadamente, o título nacional masculino, na luta taco a taco entre Tomás Fernandes e Guilherme Ribeiro.
«Já lá vão 10 anos desde o primeiro título. É estranho pensar desta forma. Tive sempre o objetivo claro na minha cabeça de surfista que luta pelo que quer e recordo-me numa das primeiras entrevistas disse que queria ser o Kelly Slater na versão feminina», disse Teresa Bonvalot, em declarações no areal de Santa Bárbara.
«Desde a primeira vitória numa etapa (2013), no Porto, tinha 13 anos, muita coisa mudou, mas a paixão pela competição é a mesma. Sou hoje uma atleta mais consistente e estou no bom caminho em lutar pelos meus objetivos», acrescentou a surfista que iguala o número de títulos nacionais de Vasco Ribeiro e encurta a distância para os 11 campeonatos de Patrícia Lopes.