Sucessos e fracassos na última temporada
Ben Healy foi a revelação enquanto Thymen Arensmann a principal desilusão
No balanço da época de ciclismo de 2023 já se pode avançar com os ciclistas que foram sucesso e aqueles que fracassaram no pelotão internacional.
Aos 23 anos, Ben Healy (EF Education-EasyPost) realizou uma época excecional. O irlandês não surgiu do nada e nem foi por acaso que chegou à alta roda do ciclismo mundial. Healy destacou-se ao conquistar o título de campeão de fundo da Irlanda em 2020, para de seguida de ter sido campeão nacional de contrarrelógio em 2022. Na última temporada, Healy brilhou desde as primeiras corridas ao terminar em 3.º lugar na Settimana Internacional Coppi e Bartalli, venceu o GP Industria & Artiginato, foi 5.º na geral no Tour Pays de Le Loire, 2.º na Fléche Brabançonnne e Amstel Gold Race, 4.º na Fléche Wallonne, uma etapa e 55.º na geral na Volta à Itália, primeiro no campeonato nacional de fundo e segundo no contrarrelógio, segundo na Ordiziako Klasika, uma etapa e 3.º na geral no Skoda Tour Luxemburgo e 30.º na Il Lombardia, nas clássicas das Ardenas explodiu aos olhos do público ao terminar em 4.º lugar na Fléche Wallonne depois de ter sido segundo na Amstel Gold Race e La Fléche Brabançonne antes de conquistar a 8.ª etapa da Volta à Itália entre Terni - Fossombrone), foi 4.º classificado na clássica mais antiga do mundo, Liége-Bastogne-Liége. Considerado por muitos como uma joia por lapidar, é um ciclista muito versátil capaz de brilhar em todos os terrenos.
O dinamarquês, Mattias Skjelmose (Lidl-Trek) com 23 anos, afirmou-se como um dos novos valores a ser levado em conta nos próximos anos dada a sua juventude e elevada categoria. Venceu uma etapa e foi 2.º na geral na Étoile de Bességes, uma etapa e 5.º na geral no Tour dos Alpes Marítimos, 3.º na Fauno-Ardéche Clássic, 6.º Fauno Drôme Clássic, 3.º no GP Miguel Indurain, 17.º na geral da Volta ao País Basco, 8.º na Amstel Gold Race, 2.º na Fléche Wallonne, 9.º na Liége-Bastogne-Liége, uma etapa e geral na Volta à Suíça, primeiro no campeonato nacional de fundo e campeão na prova de contrarrelógio, 29.º na geral da Volta a Espanha, 14.º na prova de fundo do Campeonato do Mundo, 2.º na geral na Hadsten Gadelob, uma etapa e 2.º na Volta à Dinamarca, atrás do seu companheiro de equipa Mads Pedersen, finalizando a temporada ao vencer isolado a Maryland Cycling Clássic ter sido 10.º no Grande Prémio do Quebéc e 9.º no Grande Prémio de Montreal.
Aos 25 anos, o austríaco Felix Gall realizou uma temporada de alto nível, pelo segundo ano consecutivo pela AG2R-Citroen, equipa com a qual termina contrato em finais de 2025. Foi 6.º na geral no Tour dos Alpes Marítimos e na Fauno-Ardéche Classic, 16.º no Tirreno – Adriático, 9.º no Grande Prémio Miguel Indurain, 10.º na Volta ao País Basco, 9.º no Tour dos Alpes, 2.º no Mercan Tour Clássic Alpes-Marítimos, 8.º na Volta à Suíça, uma etapa e 8.º na geral na Volta à França, 20.º na Clássica de San Sebastian, 23.º no Skoda Tour do Luxemburgo, 8.º no Giro dell’Emilia e 80.º na Il Lombardia.
Por último o norte americano Matteo Jorgenson (Movistar) venceu uma etapa e geral na Volta a Omã, 18.º na Omloop Het Nieuwsblad, 65.º na Kuurne-Bruxelas-Kuurne, 8.º no Paris – Nice, 4.º na E3 Saxo Clássic, 9,º no Tour de Flandres, 2.º na Volta à Romandia, 63.º no Dauphiné Libéré, 54.º na Maryland Cycling Clássic, 42.º Grande Prémio do Quebéc e 24.º no Grande Prémio de Montreal, 12.º no Skoda Tour do Luxemburgo 19.º no Giro dell’ Emília, 25.º na Gran Piemonte e 7.º no Tour de Guangxi. Excelente trepador, Matteo Jorgenson também se sente à vontade nas clássicas, na Volta à França esteve perto de vencer a etapa que finalizou em Belleville-en-Beaujolais ao ser terceiro atrás de Ion Izaguirre (Cofidis) e Mathieu Burgaudeau (TotalEnergies) com os três a cortarem a meta com o mesmo tempo.
Na lista dos que podem ser considerado como 'flops', surgem Thymen Arensmann (Ineos-Grenadiers), o neerlandês com 23 anos, depois de ter realizado uma excelente temporada em 2022 pela DSM, não confirmou em 2023 os resultados esperados na Ineos-Grenadiers com a qual tem contrato até final de 2024. Em maio foi companheiro de Geraint Thomas, na Volta à Itália na qual foi o 6.º classificado quando o objetivo passava por um lugar no pódio. Arensman teve um ano complicado, em 2024, o vencedor da Volta à Polónia em 2022, tentará voltar ao melhor nível na Ineos-Grenadiers que precisa de jovens líderes para as principais e maiores competições.
O australiano Caleb Ewan (Lotto-Dnsty) com 29 anos, ficou-se em 2023 por duas vitórias, na Schwalbe Clássic e Van Merksteinj Cercas Clássic. Acumulou alguns segundos lugares, mas não conseguiu impor-se na Volta à França durante a qual e até desistir na 13.ª etapa, foi 3.º em Bayonne e 2.º em Nogaro, Caleb Ewan teve em Jasper Philipsen um dos principais adversários nas chegadas ao sprint, longe da forma desejada o australiano terminou o Grand Boucle de mãos vazias e desistiu na 13.ª etapa. Abandono que não agradou aos diretores da equipa que criticaram fortemente o comportamento do seu corredor. Depois de dois meses sem competir e um final de temporada delicado com Lotto-Dnsty, Caleb Ewan regressa à Jayco-Alula em 2024, quanto ainda tinha mais um ano de contrato, durante o qual tentará recuperar o seu melhor nível e voltar a ser um dos melhores sprinters do mundo.
O colombiano Daniel Martinez (Ineos-Grenadiers) com 27 anos, depois de um prometedor arranque com o 2.º lugar na prova de fundo do campeonato nacional e 5.º no contrarrelógio, venceu Volta ao Algarve ao ser o 4.º classificado no contrarrelógio em Lagoa, afundou-se (25.º) no Paris – Nice, Volta ao País Basco (34.º) e Dauphiné Libéré (23.º). Falhou a Volta à Itália e Volta à Espanha desistindo na Volta França (15.ª etapa), o mesmo acontecendo no Grande Prémio de Montreal e Giro delle Toscana. Em 2024, Daniel Martinez vai representar a Bora-Hansgrohe ao lado de Primoz Roglic, Jai Hindley e Aleksandr Vlasov, onde tentará encontrar o seu melhor nível em determinadas corridas.
Apesar de três vitórias, uma na 1.ª etapa da Volta a San Juan na Argentina e duas na Volta a Sibiu na Roménia, o irlandês Sam Bennett (Bora-Hansgrohe) com 33 anos ficou longe de mostrar os dotes de sprinter, situação que contribuiu para que não renovasse com a formação alemã. Na falta de resultados, o vencedor da camisola verde dos pontos na Volta à França de 2020, não competiu em nenhuma das três grandes voltas (Giro, Tour e Vuelta), é apontado como reforço da AG2R-Citroen para 2024, a equipa francesa ainda não confirmou o seu ingresso, numa altura em que dispõe apenas de 23 ciclistas com contrato assinado.