Sexta final do Mundial: Selby a uma vitória do ‘penta’

Snooker Sexta final do Mundial: Selby a uma vitória do ‘penta’

SNOOKER30.04.202301:47

O inglês Mark Selby, de 39 anos, sexto da hierarquia e tetracampeão mundial (2014, 2016, 2017 e 2021) apurou-se pela sexta vez na carreira para a final do Campeonato do Mundo, prova maior da época 2022/23 da World Snooker, a decorrer desde dia 15 e até 1 de maio em Sheffield (Inglaterra), ao vencer o norte-irlandês Mark Allen, de 37 anos, segundo do ranking, por 17-15, na segunda meia-final, cuja sessão decisiva se iniciou sábado e se arrastou pela madrugada deste domingo.

Selby medirá forças na final ante o belga Luca Brecel, de 28 anos, quinto da tabela, que durante a tarde bateu o chinês Si Jiahui, de 20 anos, 36.º do ranking, por 17-15, na primeira meia-final a acabar.

Nos 11 jogos anteriores de ambos, oito vitórias de Mark e três trunfos de Luca. E das cinco finais de Mundial já jogadas, Selby só perdeu a primeira, há 16 anos (2007), para John Higgins (13-18), tendo vencido as últimas quatro: 2014 (18-14 a Ronnie O’Sullivan), 2016 (18-14 a Ding Junhui), 2017 (18-15 a John Higgins) e 2021 (18-15 a Shaun Murphy).

Se acrescentarmos a ‘meia’ perdida pelo profissional de Leicester ante o ‘Rocket’ em 2020 (16-17) e esta vitória ante Allen, já na presente edição, quer isto dizer que nos últimos dez jogos em cenário de mesa única no Crucible (‘meias’ e/ou final), Mark Selby perdeu apenas esse jogo, há três anos, ante Ronnie. Dispensa comentar a ‘montanha’ que Brecel enfrenta.

Ganhar cinco parciais em duas horas... e mais quatro horas pelo que faltava

Na quarta e última sessão da ‘meia’, Allen entrou a fazer papel de quase de mero figurante. Se a vantagem do inglês era tangencial à entrada da sessão (11-10), os cinco parciais ganhos de rajada pelo inglês, a disparar até 16-10 fizeram crer que contrariamente ao esperado, a noite podia ser rápida. Puro engodo.

Ao norte-irlandês – que liderou 6-3 e teve o 7-3 nas mãos, sábado, recorde-se, mas deixou-o escapar e viu Selby vencer seis de rajada, para liderar 7-6 - parecia ter-se esgotado a energia e confiança. Mas acabou porque brioso Allen obrigou o inglês a sofrer que baste para carimbar o passaporte para a final.

Selby foi lesto a disparar para o 12-10, o 13-10, e, com duas visitas a pontuar (64 e 57 pontos) o 14-10. ‘Break’ de 54 pontos, ante um Allen que claudicava no jogo ofensivo longo - 42 por cento de acerto… - deu ao inglês chance… e ‘break’ de 57 pontos: 4-0 até à pausa, 15-10! De centenária (‘break’ de 103 pontos) o quinto ‘frame’ da sessão, e de Selby: 16-10. Em duas horas. Mal sonhariam os fãs que intensa batalha ainda duraria pela madrugada deste domingo, outras quatro horas, a prender tudo e todos.

Já nas cordas, Allen deu prova de vida. Se tinha perdido todos os ‘frames’ da noite, ganhou o 27.º, para o 11-16, e aproveitando o momento, logo outro: 12-16. Era uma questão de tempo, e não de ‘se’, pensava-se, então.

E eis que, num passe de mágica, os papéis se inverteram, no sortilégio que faz do snooker um desporto único. Selby viu, impotente, o norte-irlandês chegar a terceiro de rajada, o 13-16, a relançar alguma emoção e dúvida. Que aumentou de forma exponencial quando Allen conseguiu o 14-16. E com Selby a continuar a desperdiçar oportunidades para o 'xeque-mate', o norte-irlandês encostou mesmo, no final do 31.º 'frame', ao inglês, com quinto parcial de rajada para si, nos dez (!) jogados de uma sessão que, sabia-se de antemão, poderia chegar aos 33 'frames', e 12 só desde as 19 horas de sábado, caso fossem à 'negra': 15-16.

Ganhar um ‘frame’ – o último, o mais importante - estava a ser o mais difícil a Selby após reclamar vitória em 16 dos primeiros 26. Mas no 32.º 'frame', fechou as contas do jogo a 17-15... com muito esforço.

O inglês está a 18 ‘frames’ de ser pentacampeão mundial. Tem a palavra o inédito finalista Luca Brecel, o único que pode impedir Selby e levantar, ele a ‘Silver Lady’, assim como fazer com que o seu nome seja inscrito na base: é vencer ele o Mundial.

A ‘final maratona’ divide-se por quatro sessões: duas domingo, dia 30, outras tantas na segunda-feira, dia 1 de maio, às 13 e 19 horas locais (mesma hora em Portugal continental) e é ainda mais longa do que as meias-finais: à melhor de 35 ‘frames, sendo campeão o primeiro a vencer 18 (18-0 a possíveis 18-17), e dividida, como os jogos da NBA, em quatro períodos, aqui denominados sessões - máximo de oito parciais na primeira sessão, nove na segunda, oito ‘frames’ na terceira e até possíveis mais dez na quarta.

O campeão sucederá a Ronnie O’Sullivan, vencedor em 2022 (18-13 a Judd Trump na final). A prova, transmitida para Portugal (EuroSport), atribui £2,395 M (€2,720 M) em prémios: meio milhão de libras (€567.859) ao campeão e £200 mil (€227.144) ao finalista vencido. Chegar às ‘meias’ valeu £100 mil (€113.572) quer a Mark Allen, quer a Si Jiahui.

Meias-finais do Mundial (apurados a negro):

Luca Brecel (Bel) - Si Jiahui (Chn), 17-15

Mark Allen (IrN) - Mark Selby (Ing), 15-17

Final do Campeonato do Mundo:

Luca Brecel, Bel – Mark Selby, Ing

(1.ª e 2.ª sessões domingo, 13 e 19 h; 3.ª e 4.ª sessões 2.ª, 13 e 19 h)