Levante indignado por Kochorashvili: «Peixes grandes comem os mais pequenos...»
Atualmente no segundo lugar da LaLiga2, a lutar pela subida, Julián Calero, treinador do Levante, reagiu à má notícia de que Kochorashvili vai sair no final da temporada para o Sporting e confirmou que estava a par das negociações, antes de o negócio ser oficializado.
«Bem, é claro que eu estava ciente disso. Se vos dissesse o contrário, não estaria na minha posição. Um treinador tem de estar a par de tudo o que acontece no seu plantel e de todas as circunstâncias. É uma situação em que eu, como treinador, gostaria que todos os meus jogadores estivessem sempre cá. A única coisa que faríamos era livrarmo-nos dos jogadores que não queremos, mas não é esse o caso. Há um mercado e os peixes grandes comem os mais pequenos. Estas são as circunstâncias do mercado e também as circunstâncias do clube neste momento, porque há uma necessidade. Tentámos dar-lhe tranquilidade e normalidade suficientes», começou por dizer, em conferência de imprensa de antevisão ao duelo caseiro com o Racing Santander, revelando que teve uma conversa com o atleta.
«O Giorgi é um tipo fantástico, muito empenhado, que está disposto a estar connosco até ao último dia e houve circunstâncias que são inevitáveis para o clube e para todo o contexto. Claro que falei com o jogador, sobretudo para saber como se estava a sentir mentalmente. Obviamente que se vai para uma equipa da Liga dos Campeões, como aconteceu com o Andrés [Garcia], e não há muito que possamos fazer. O que eu quero é que ele se empenhe até ao fim e é óbvio que o vai fazer. Portanto, temos um jogador até 30 de junho, embora infelizmente, porque eu gostaria que ele ficasse muito mais tempo. Repito, são as circunstâncias do mercado e isto acontece no futebol em geral, não apenas connosco», explicou, elogiando o georgiano e também o lateral espanhol, que foi alvo dos leões em janeiro, mas que acabou por rumar ao Aston Villa.
«Obviamente, são dois jogadores muito bons quando se paga tanto dinheiro. Uma coisa é pensar em grande e outra é pensar até onde se pode ir. A nossa cabeça pode sonhar com a lua, mas depois não temos um foguetão que nos leve até lá. Isso não significa que não se possa parar de sonhar. As equipas têm de estar preparadas para estas coisas. Aqui, os únicos que têm a vantagem são os grandes. É aí que tudo começa, porque eles podem levar jogadores de onde quiserem. A partir daí, o resto de nós está num mercado como o atual, que provoca este tipo de situações. Isso não significa que pensemos em grande como equipa. É claro que é mais fácil se não perdermos jogadores, mas tenho de me adaptar a isso. Por isso, sempre disse que, perante os problemas, podemos desistir e encará-los como uma montanha ou enfrentá-los. Enfrentámos esta situação, como aconteceu com o Andrés, e tentámos encontrar as soluções possíveis. Com o Giorgi não há problema, porque o temos até ao final da época. Depois, veremos em que ponto estamos, qual a nossa posição e o que aconteceu nestes jogos. A partir daí, faremos uma avaliação. Quero continuar a pensar em grande. Até onde? Até onde o meu clube me der», atirou, contando a reação dos companheiros do médio de 25 anos à notícia.
«Os rapazes estão contentes por ele, por causa do passo que está a dar para ir para uma equipa da Liga dos Campeões. Nem toda a gente pode ir para esse tipo de situação. Por outro lado, estão aborrecidos, porque gostariam que o Kocho estivesse connosco muito mais tempo. Eles aceitaram com naturalidade e estão a apoiá-lo, mas quero que todos saibam que, nestes jogos, o Kocho vai estar super empenhado e vai querer o melhor para o grupo. Sempre se preocupou mais com o grupo do que consigo próprio. Não tenho dúvidas de que vai continuar a fazê-lo. Está totalmente disponível e com muita coisa para dar uma mãozinha para que as coisas aconteçam da melhor forma possível no final da época», finalizou.