Volta a Portugal Segunda vitória e amarela para Linarez
O venezuelano Leangel Linarez (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua) venceu, esta sexta-feira, a 2.ª etapa da Volta a Portugal, entre Abrantes e Vila Franca de Xira, com 177,3 km de extensão, impondo-se ao sprint em pelotão compacto na meta nesta cidade ribatejana.
A segunda vitória consecutiva do velocista sul-americano, de 26 anos, permite-lhe arrebatar a camisola amarela ao português Rafael Reis (Glassdrive-Q8-Anicolor), com quem estava igualado no topo da classificação à partida para esta tirada.
Linarez cortou a meta em Vila Franca à frente do espanhol Miguel Angel Fernandez (Burgos BH), do checo Daniel Barbor (Caja Rural) e do português César Martingil, (Aviludo-Louletano), segundo, terceiro e quarto classificados, respetivamente.
Na geral, Linarez lidera com sete segundos de vantagem sobre Barbor e dez sobre Rafael Reis.
A história da etapa começa logo ao quilómetro 2 partem para fuga Jonas Hjorth (Global 6), Wesley Mol (Bike AID), Bart Buijk (Universe) e Diogo Narciso (Credibom/LA), que rapidamente consolidam vantagem, beneficiando da total autorização (entenda-se interesse) das equipas dos primeiros classificados no pelotão, por remeter desde logo aos fugitivos as bonificações de tempo nas metas volantes (MV).
Assim foi, em Torres Novas e nos 60 quilómetros subsequentes até ao Cartaxo, mas quando parecia que a corrida estabilizava, com o quarteto na liderança em vantagem segura, eis imprevista mudança de figurino. A caminho da Azambuja, a equipa austríaca Vorarlberg acelerou à frente do pelotão, provocando, por ação do vento lateral, um corte temporário no grande grupo, e que teve, por inerência, antecipar o fim de fuga.
Mas não só essa consequência. Com o pelotão compacto abria-se a discussão das derradeiras bonificações, na MV em Arruda dos Vinhos – e também das duas contagens de montanha (MM), de Agruela e Carvalha, no caso das primeiras com importância na luta pela camisola amarela.
Por esse motivo, a Glassdrive decidiu lançar em fuga Fábio Costa – um dos dois homens de trabalho identificados na véspera por Rafael Reis, em defesa da liderança deste na classificação geral. Todavia, os intentos desta equipa goraram-se com a reação imediata do pelotão, que o alcançou antes da contagem de montanha do Agruela (4.ª categoria) – quando o objetivo da Glassdrive era o de que Fábio Costa pudesse chegar isolado à MV de Arruda para recolher a maior bonificação (3 segundos) em Arruda. Todavia, esta foi para o alemão Lukas Meiler (Vorarlberg), 8.º da geral, escapando num trio na descida para aquela vila, que reduzia assim a sua desvantagem para Rafael Reis para apenas 4 segundos.
Na subida para a Carvalha (3.ª cat.), César Fonte (RP-Boavista), que já tinha pontuado no Agruela, saiu do pelotão para passar em quarto no alto, em luta pela classificação do melhor trepador. Com isso, o corredor axadrezado, na companhia de Luís Mendonça (Glassdrive), alcançaram o trio da dianteira e mantiveram-se adiantados, cerca de 20-30 segundos, ao pelotão liderado pela equipa espanhola Caja Rural (dos checos Daniel Barbor e Tomás Barta, segundo e terceiro na 1.ª etapa) até 15 km da meta, quando foram absorvidos.
Não todos. Resistiu neste quinteto Meiler, insistindo na aventura durante mais cinco quilómetros (a 10 da meta, em Alverca), mas fustigado pelo vento frontal também foi alcançado, deixando ao pelotão a segunda batalha consecutiva pela vitória em etapas na edição de 2023 da Volta a Portugal.
No sábado corre-se a 3.ª etapa, entre Sines e Loulé, na distância de 191,8 km, a mais extensa da corrida.