Richard Carapaz, primeiro equatoriano de 'amarelo' no Tour: «Sonho tornado realidade»
Richard Carapaz celebra momento ímpar na sua carreira e no história do ciclismo equatoriano (Billy Ceusters/A.S.O)

Richard Carapaz, primeiro equatoriano de 'amarelo' no Tour: «Sonho tornado realidade»

CICLISMO01.07.202419:58

Corredor da EF-Education-Easypost é o novo líder da geral da Volta a França, devido ao conjunto das classificações das três etapas já disputadas, impondo-se a Pogacar, Evenepoel e Vingegaard com quem está em igualdade de tempo

Richard Carapaz resumiu a conquista da camisola amarela na Volta a França, esta segunda-feira, na terceira etapa da competição. «É um sonho tornado realidade», afirmou o equatoriano, o primeiro corredor do seu país a liderar o Tour.

O atual campeão olímpico de fundo concretizou esse objetivo por ter sido 14.º classificado na etapa, entre Piacenza e Turim, em Itália, a mais longa da edição 111 do Tour, suficientemente à frente de Tadej Pogacar (38.º), Remco Evenepoel (40.º) e Jonas Vingegaard (68.º), para ser-lhe favorável o fator de desempate em igualdade de tempo em que o quarteto se encontra na classificação geral.

«Por todo o respeito que tenho pelo Tour, é muito emocionante para mim e com certeza vou desfrutar deste momento», continuou o vencedor do Giro em 2019 e da Volta à Suíça em 2021.

«O plano era mesmo ganhar à amarela, mas houve situações de risco no final em que tivemos de tomar cuidado», explicou Carapaz, que seguiu a roda do seu companheiro de Marijn Van den Berg para permanecer no grupo da dianteira, o único daqueles adversários diretos a consegui-lo. «Talvez não tenha sido o mais seguro, mas funcionou», reconheceu o 25.º na história do ciclismo a liderar as três grandes Voltas.

«Antes do Tour, pensávamos isto não seria possível. Na Volta à Suíça caí e depois tive de parar alguns dias devido a doença. Mas a etapa de ontem [domingo, a 2.ª) mudou-me a mentalidade e deu-me confiança», confidenciou.

«Esta manhã [de segunda-feira], durante a reunião no autocarro, estabelecemos uma estratégia. Sabíamos que seria uma etapa com um final nervoso e perigoso, mas queríamos fazer de tudo para conseguir a camisola amarela».

«Vestir esta camisola amarela significa muito para mim, para o meu país e para a minha equipa», continuou Carapaz. «Existem poucos ciclistas equatorianos na elite e cada sucesso que alcançamos ajuda-nos a desenvolver a modalidade no nosso país. Do ponto de vista pessoal, esta camisola amarela traz-me muita emoção. Longe de casa e da minha família, é um novo passo na minha carreira. Pela minha família faço que todos esses esforços, por isso dedico-a a ela».

Sobre a etapa de terça-feira, com passagem no Col du Galibier, Carapaz diz-se preparado para defender a liderança, mas relativiza a responsábilidade. «Vai ser um dia muito duro, tal como o resto da semana. Tentarei dar o meu melhor e desfrutar de cada momento», conclui.