Pavel Bittner surpreende e vence 5.ª etapa
Pavel Bittner vence 5.ª etapa da Volta a Espanha

Volta a Espanha Pavel Bittner surpreende e vence 5.ª etapa

CICLISMO21.08.202417:09

Checo impôs-se aos favoritos Wout van Aert e Kaden Groves com final ao 'sprint' com pelotão compacto; João Almeida acabou em 80.º, com o mesmo tempo, e mantém oito segundos de desvantagem para o camisola vermelha Primoz Roglic; dia ficou marcado pela queda e desistência de Rui Costa

Contra todas as expetativas, foi o jovem de 21 anos Pavil Bittner que venceu a quinta etapa da Volta a Espanha e fê-lo ao impor-se aos grandes favoritos à vitória.

Previa-se que fosse Wout van Aert ou Kaden Groves a fazerem o primeiro bis da Vuelta, já depois de ganharem a 2.ª e 3.ª etapas, respetivamente, mas na chegada a Sevilha, depois de 177 quilómetros ao sol e com o termómetro a registar perto dos 40.º C, surgiu o checo da dsm-firmenich PostNL que ultrapassou a meta visivelmente incrédulo com o que acabara de acontecer.

E João Almeida? O português da UAE Emirates só chegou em 80.º, porém, como a corrida acabou em sprint com pelotão compacto, já que todo o percurso foi quase todo plano, especialmente nos últimos 30 km e, por isso, chegou ao mesmo tempo do que os restantes rivais, ao fim de 4:25.28 horas.

E o mesmo se pode dizer de Primoz Roglic que chegou em 57.º e mantém os oito segundos de vantagem para João Almeida. Missão cumprida para os dois primeiros da classificação geral que tem o espanhol Enric Mas (Movistar) a fechar o pódio a 32 segundos do líder.

Contudo, o mesmo não se pode dizer da prova de Rui Costa, que se viu forçado a desistir da prova após uma queda com o colega de equipa Owain Doull. A cerca de 10,5 km do fim, já nas ruas de Sevilha, o português e o britânico seguiam na frente do pelotão, impondo bom ritmo e protegendo o líder da equipa, Richard Carapaz, porém, numa curva mais apertada chocaram.

O português levantou-se, mas mostrou-se combalido e momentos depois foi forçado a abandonar a competição, ao passo que o inglês mantém-se em prova. Já Nelson Oliveira (Movistar) teve tarde mais tranquila e chegou em 75.º.

Apesar do calor, uma tarde amena

Ao contrário do que se passou na 4.ª etapa, o começo do dia foi menos animado. Se na terça-feira os sucessivos ataques ao início do percurso animaram o dia, esta quarta-feira apenas dois corajosos enfrentaram o calor para saírem em fuga. Foram os espanhóis Ibon Ruiz (Kern Pharma) e Txomi Juaristi (Euskaltel-Euskadi) os que se adiantaram, porém, mais atrás, o pelotão controlou a distância e nunca esteve a mais de quatro minutos dos mesmos.

Assim, as restantes equipas geriram o esforço perante as difíceis condições, repartindo esforços na liderança entre a Visma, a EF Education, com Rui Costa na frente, e a Red Bull-Bora, e esperaram pelo momento certo do ataque. E esse deu-se na última descida do percurso, já com o pelotão ao nível do mar. Depois de andarem a cerca de 36 km/h, chegaram aos 60 km/h e rapidamente apanharam os fugitivos.

O próximo objetivo era o sprint intermédio, - cujos três primeiros a passarem aí são bonificados com 10, 6 e 4 segundos, respetivamente -, em Las Pajanosas e na luta por esses pontos apareceram Kaden Groves e Wout Van Aert, no que parecia ser um aperitivo do que viria a ser o final do da etapa. O australiano venceu por muito pouco o belga, que ainda assim lidera a classificação por pontos.

De resto, a tensão cresceu, com a larga estrada a estreitar, o risco de queda subiu e, como se viu, acabou por afetar Rui Costa. A UAE Emirates protegeu João Almeida, que se manteve no meio do pelotão, porém, em segunda linha, sem chances de atacar posições mais dianteiras.

A Visma e a Alpecin-Deceuninck estavam mais bem posicionadas no último km e conseguiram lançar van Aert e Groves, mas a dsm-firmenich PostNL também. E foi aí que o checo mostrou ainda ter muitas pernas para bater em sprint os rivais.

Depois de um dia quase sempre corrido em terreno plano, na quinta-feira o pelotão prepara-se para mais um dia montanhoso. Pela frente terão 185,5 quilómetros, com início plano em Jerez de La Frontera, mas depois segue-se o maior obstáculo: a montanha de 1.ª categoria em Puerto del Boyar, só depois haverá novo sprint intermédio e… mais três contagens de montanha de 3.ª categoria, a última na meta em Yunquera.