Patrícia Mamona ainda não está a 100 por cento mas mantém ambição de Paris-2024
Atleta do Sporting contou que já se descobriu a causa dos sintomas que a mantinham lesionada e que o problema está a ser atacado, mas ainda não se encontra a um nível que lhe permita estar numa competição olímpica a competir ao mais alto nível sem correr o risco de se magoar.
Apesar de não ir ao Europeu de Roma que começa sábado e com o período de qualificação olímpica a fechar no final do mês, Patrícia Mamona, de 35 anos, prata no triplo salto em Tóquio-2020, ainda não tem perspetiva do regresso após a lesão, mas mantém o desejo de estar nos Jogos Paris-2024, mesmo sabendo que não será fácil.
«Se vou ter tempo ou não para estar bem, só o tempo o dirá. Estou, neste momento, a lutar e a dar o melhor para conseguir, neste mês, estar a treinar a 100%, competir e ainda ter o sonho e a vontade de fazer um grande salto, que me permita ir a Paris», disse a atleta do Sporting à agência Lusa.
«Tenho de ser realista e dizer que há um grande risco de não o conseguir num espaço de tempo muito curto. Estou focada em meter-me bem e só quero sair desta situação. Ainda tenho muito para dar, muita energia e, se conseguirmos resolver este problema, se não for neste mês, vai ser no segundo ou no terceiro.»
«O importante é estar 100% bem. Todo este tempo estivemos a combater sintomas. Conseguia treinar razoavelmente, mas não a 100%. Para ir aos Jogos é importante eu estar a 100%, pois o risco de lesão ainda é maior. Finalmente, conseguimos perceber qual era a razão de ter estes sintomas todos e agora estamos a atacá-la.»
Patrícia falou à margem de um evento organizado pelo Museu da Presidência da República, Comité Olímpico de Portugal, Comité Paralímpico de Portugal e diversas federações desportivas, de celebração do Dia Mundial da Criança, nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa.
«Quando comecei no atletismo, o que queria mais era ver os meus ídolos e referências, as Naide Gomes e os Nelson Évoras. Foram eles, de certa forma, que me motivaram e inspiraram a continuar nesta carreira do atletismo. Estar perto dos atletas e perceber que fizeram um caminho no desporto e conseguiram ter sucesso é uma forma também de inspirar e incentivar as crianças», explicou a medalhada de prata de Tóquio2020, muito solicitada para fotografias.
Entre os presentes, estiveram as campeãs olímpicas Rosa Mota (Seul-1988) e Fernanda Ribeiro (Atlanta-1996), na maratona e 10.000 metros, respetivamente, o judoca Nuno Delgado, bronze em Sydney-2000, o velocista Francis Obikwelu, prata em Atenas-2004 nos 100 metros, Rui Silva, bronze nos 1.500 metros também na Grécia ou o canoísta Emanuel Silva, prata no K2 1000 metros em Londres-2012, em dupla com Fernando Pimenta.
«Quando comecei a fazer triplo salto, infelizmente tive algumas palavras negativas e diziam que não tinha a parte genética de ser uma saltadora. Era muito nova e só queria fazer triplo salto, era o que mais gostava e onde sentia à-vontade. São crianças e têm de aproveitar a vida agora, pois quando forem mais velhos e o nível for maior, a responsabilidade vai ser muita, pois estão a representar um país e um clube. Quando são novos têm de fazer o que gostam, não é importante se é bem ou mal feito», concluiu.