Jogos Olímpicos Paris-2024: ameaça de boicote de 40 nações na mesa em reunião no dia 10
O ministro dos Desportos da Polónia, Kamil Bortniczuk, ameaçou esta sexta-feira com «um boicote generalizado, aí não de quatro nações, mas de 40» aos Jogos Olímpicos de Paris-2024 caso o Comité Olímpico Internacional (COI) avance com a ideia de permitir a participação de atletas da Rússia e Bielorrússia (como neutrais), como a Comissão dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) já recomendou à instituição que rege o movimento olímpico, presidida pelo antigo esgrimista alemão Thomas Bach.
«Permitir a participação de atletas da Rússia e Bielorrússia vai gerar um boicote em larga escala a Paris-2024», afirmou Bortniczuk em Varsóvia, porta-voz de uma declaração conjunta com os quatro estados bálticos (Letónia, Lituânia e Estónia), além da Ucrânia e Grã-Bretanha, que já assumiu publicamente ser, também, contrária à participação de nacionais dos países cujas tropas invadiram a Ucrânia e ali desenvolvem uma guerra desde 24 de fevereiro de 2022, mesmo se viole o direito humano (consagrado) à «não discriminação pela nacionalidade», que a ONU salienta ser sagrado, ou o disposto no documento magno do olimpismo, a Carta Olímpica.
Reações à inflexão total do COI, que após a invasão da Ucrânia, dera instruções aos comités nacionais seus filiados para banirem os atletas dos dois países das competições em todas as modalidades, com algumas, como é o caso do ténis, a aceitarem a participação de russos e bielorrussos mas apenas como atletas neutrais, e após declaração não apoiar o esforço de guerra das suas nações de origem.
Já no corrente mês, o Comité Executivo do COI veio defender que «atleta algum deve ser impedido de participar com base no seu passaporte».
«Iremos reunir-nos de novo no dia 10, e estou convencido que 30 a 40 países e respetivos ministros da tutela vão apoiar-nos, incluindo os dos EUA, Canadá, Austrália e Japão. Tendo isso em consideração, se vamos, todos, boicotar os Jogos, a coligação será suficiente para fazer parecer sequer levar a prova a cabo uma coisa desnecessária», afirmou o responsável polaco pelo Desporto, citado pelo The Guardian.