Nem um atropelamento o impediu de indicar o caminho para o ouro olímpico
Carlos Lopes. Foto: LUSA

CAMPEÕES OLÍMPICOS Nem um atropelamento o impediu de indicar o caminho para o ouro olímpico

JOGOS OLÍMPICOS22.07.202413:00

Carlos Lopes

77 anos
Maratona
Campeão Olímpico em Los Angeles 1984

Após ter conquistado a medalha de prata na prova de 10.000 metros em Montreal 1976, na sua segunda participação olímpica, após Munique 1972, Carlos Lopes falhou a edição de 1980, que se disputou em Moscovo, devido a lesão.

Por isso, o atleta nascido em Viseu sabia que faria em Los Angeles a sua última aparição em olimpíadas. E sabia também que já não tinha nas pernas a velocidade necessária para se bater com os rivais nos 10.000 metros.

A decisão, por isso, só podia ser uma: preparar-se para ganhar a medalha de ouro na maratona. Sim: para Carlos Lopes, não se tratava de competir, mas sim de vencer. Mesmo que tenha chegado àquele 12 de agosto de 1984 sem ter triunfado em qualquer maratona, o primeiro campeão olímpico português sabia o trabalho que tinha feito durante dois anos e meio para viver o seu grande sonho.

E nada o podia parar. Nem mesmo um atropelamento durante um treino na Segunda Circular, duas semanas antes de viajar para os EUA. Nada. Dois dias depois, já Carlos Lopes estava de volta aos treinos.

A resiliência valeu-lhe a ele a ambicionada medalha de ouro, e ao país o virar de uma página no desporto. Foi Carlos Lopes quem mostrou o caminho com a exibição naqueles 42.195 metros que correu em 2:09,21 horas, recorde olímpico que se manteve durante 24 anos, até ser batido em Pequim, em 2008.

Afinal, Portugal também era capaz de se bater com os melhores dos melhores. E de ganhar. Essa será para sempre a herança de Carlos Lopes.