João Almeida sonha com a camisola arco-íris: «Tenho um bom feeling»
Na véspera da corrida de fundo dos Mundiais, em Zurique, o português afirma-se otimista. E o selecionador também...
João Almeida diz que tem um «bom feeling» para a prova de fundo do Campeonato do Mundo, domingo, a partir das 9.30 horas, em Zurique, na Suíça, sensação positiva que o leva a crer em fazer uma boa corrida, economizando energias para os momentos decisivos e procurando uma oportunidade.
«Tenho um bom 'feeling', sinto-me bem na bicicleta. Espero fazer uma boa corrida, estar na frente e, quem sabe, procurar uma oportunidade. Vamos vendo com o passar dos quilómetros, mas temos uma equipa forte e podemos fazer todos uma boa corrida», afirmou o corredor português, de 26 anos, que alinhará com os compatriotas Rui e Ivo Oliveira, Rui Costa, Nelson Oliveira e Afonso Eulálio na seleção que participará da corrida de 273,9 quilómetros de extensão, entre Winterthur e Zurique.
«Estar bem posicionado é um dos fatores mais importantes e, depois, é importante não gastar muita energia ao longo do dia para ter o máximo reservado para o final», considera João Almeida, que considera o circuito o percurso exigente. «Vai ser uma corrida dura, há muitas zonas bastante estreitas, subidas inclinadas e bastante explosivas. As zonas técnicas não são nada de especial e, felizmente, prevê-se estrada seca. Haverá sempre luta pela posição, será uma corrida rápida, a seleção vai-se fazendo e, no final, será um conta-gotas», afirmou Almeida, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.
Ainda antes da entrada no circuito será preciso ultrapassar o Kyburg, uma rampa com 1200 metros de extensão, inclinação média de 12%. Já dentro do circuito final em Zurique, a subida que se tem revelado mais determinante nas provas já realizadas tem 1,1 km a 8% de inclinação média, mas passagens a 15%. Há ainda uma segunda subida, mais longa, mas mais suave, de 2,3 km a 5,7%.
José Poeira: «Capacidade física e inteligência»
O selecionador nacional José Poeira crê que Portugal poderá estar na discussão do título mundial com João Almeida. «O João Almeida está bem e motivado para lutar pelos primeiros lugares. O Rui Costa é um grande especialista neste tipo de corridas. O Nelson Oliveira é um corredor de excelência. O Ivo e o Rui Oliveira são exímios na colocação dos líderes e, proporcionando-se, podem também assumir protagonismo. O Afonso Eulálio é o menos experiente, mas também tem condições para cumprir bem a missão», começou por analisar o técnico. «São ciclistas quase todos com muita experiência e que têm demonstrado, ao longo da carreira, que conseguem bater-se com os melhores do mundo», sublinha Poeira.
José Poeira crê que a primeira seleção no pelotão acontecerá na primeira volta ao circuito final. «Haverá uma guerra muito grande pela colocação para a primeira subida dentro do circuito. Aí é provável que o pelotão se parta. É importante estar bem posicionado, para, quando partir, seguirmos nas posições da frente. A partir dessa seleção, a corrida estabilizará e depois será uma questão de capacidade física e de inteligência na leitura da corrida», antecipa o responsável técnico.
Afonso Eulálio: «Ajudarei o que puder»
Afonso Eulálio estreia-se na seleção em Mundiais de elite. «Foi com muita alegria que recebi a convocatória. Já tinha representado a Seleção em sub-23, mas é a minha estreia em elite e vestir as cores nacionais é sempre um motivo de orgulho», confessa o jovem corredor de 22 anos.
Eulálio destaca a oportunidade competir ao mais alto nível. «Vai ser tudo uma novidade para mim. O percurso é muito longo e duro, os adversários são os melhores do mundo, mas temos uma equipa boa e ajudarei no que puder para o trabalho coletivo», garante o ciclista, que teve de fazer preparação específica para o Mundial. «É uma prova diferente, porque as corridas em Portugal não têm distâncias tão longas, mas, desde que soube que estava convocado, tentei preparar-me da melhor maneira», revela.