João Almeida salvou o dia em final caótico

Ciclismo João Almeida salvou o dia em final caótico

CICLISMO10.05.202319:50

O mau tempo que se faz sentir no sul de Itália, marcou drasticamente a 5.ª etapa da Volta à Itália, com chuva constante, frio e vento que estiveram na origem de inúmeras quedas, a que se juntou um arrepiante final, no qual Mark Cavendish (Astana) cortou a meta deitado a resvalar pelo asfalto, com o triunfo a pertencer a Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck), mantendo-se Andreas Leknessund (Team DSM) com a camisola rosa de líder.

Entre os inúmeros problemas que afetaram o pelotão devido ao meu tempo, João Almeida (Emirates) acabou por salvar o dia ao cortar a meta na 60.ª posição, sendo-lhe atribuído o tempo do vencedor e mantendo o quarto lugar na geral a um minuto do camisola rosa.

«Foram quatro horas de corrida em que perdi quatro anos de vida. Não foi incrível», afirmou o ciclista português no final da etapa, depois de ter realizado uma corrida defensiva, evitando as quedas e procurando uma colocação que lhe permitisse estar atento às movimentações dos principais adversários. Acabou por ficar envolvido na confusão gerada pela queda a 2,3 km da meta, já dentro da área de proteção dos 3 km, juntamente com Evenepoel, Roglic, Vlasov e Aleotti entre outros, mas sem complicações de maior.

O mais prejudicado na UAE-Team Emirates foi Jay Vine que gastou mais 1,11 m e desceu na geral para o 21.º lugar a 2,47 m do primeiro, por ter ficado na queda a 7 km que originou o corte.

A etapa entre Atripalda e Salerno na distância de 171 km, apresentava um perfil desgastante com subidas e descidas, com duas contagens de montanha de 3.ª cat. que não sendo complicadas, acabaram por deixar marcas na corrida.

Na descida da primeira e decorridos 20 km, um cão transviado tentou atravessar a estrada provocando a queda de Davide Ballerini (Soudal), o bidon de água saltou do quadro da bicicleta em direção a Remco Evenepoel que na tentativa de o evitar provocou a derrapagem da roda dianteira e a queda foi inevitável. Depois de alguns instantes de expetativa e o ciclista belga ter demonstrado algum desconforto, levantou-se retomando a marcha e levantando o polegar da mão esquerda dando sinal que estava tudo bem.

No final da etapa afirmou a caminho do autocarro; «Tenho muitas dores, vamos ver o que se passa», para de seguida a equipa informar que para dissipar as duvidas, Evenepoel iria ser radiografado por sentir dores numa das mãos.

Na história da etapa fica a fuga iniciada nos primeiro quilómetros por Thomas Champion (Cofidis), Samuele Zoccaratto (Green Project) e Stefano Gandin (Corratec), que desafiaram as leis do tempo e entraram numa aventura que não tinha a mínima possibilidade de chegar ao fim, realizando uma corrida desgastante. Com 25 km percorridos, os fugitivos registavam a diferença de 4,30 m para o pelotão, que estava mais preocupado com a estrada escorregadia que com a aventura que finalizou quando a 6 km da meta Zoccaratto se rendeu, depois de um quilómetro antes uma nova queda ter lançado a confusão e originado um corte que penalizou alguns ciclistas.

No atribulado sprint na reta da meta saiu vencedor o australiano Kaden Groves; «Depois da queda a 7 quilómetros do final foi incrível conseguir chegar à frente. Estou feliz porque esta era uma das minhas grandes metas este ano, sonhava com esta vitória desde novembro, mas não acaba aqui porque ainda faltam algumas etapas que posso vencer. A minha reação à queda de Gaviria, foi ele ter travado a fundo e bater-me, consegui colocar a corrente com rapidez e voltar rapidamente ao pelotão».

Primoz Roglic (Jumbo) queixava-se de alguns pequenos arranhões;«Podia ter terminado pior, os meus companheiros estavam atentos e recuperei rapidamente. Na segunda queda perto da meta fui atingido numa perna por alguém que também caiu, mas felizmente não foi nada de especial. Na primeira queda de Evenepoel perguntei-lhe como estava e respondeu que se encontrava bem». Alberto Dainese (DSM) que tinha cortado a meta em 4.º lugar, foi relegado para a 32.ª posição por segundo os comissários ter efetuado o sprint final irregular.  

5.ª ETAPA ATRIPALDA - SALERNO 171 KM

1.º Kaden Groves (Aus/Alpecin-Deceuninck) 4.30,19 h à média de 37,995 km/h

2.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain) mt

3.º Mads Pedersen (Din/Trek) mt

4.º Mark Cavendish (Gbr/Astana) mt

5.º Nicolas Dalla Valle (Ita/Corratec) mt

6.º Mirco Maestri (Ita/Eolo) mt

7.º Filippo Fiorelli (Ita/Gren Projecy) mt

8.º Andrea Vendrame (Ita/AG2R) mt

9.º Michael Matthews (Aus/Jayco) mt

10.º Niccoló Bonizazio (Ia/Intermarché) mt

60.º João Almeida (Por/Emirates) mt

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1.º Andreas Leknessund (Nor/Team DSM) 19.06,03 h

2.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) a 28 s

3.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R) a 30 s

4.º João Almeida (Por/Emirates) a 1,00 m

5.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) a 1,12 m

6.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos) a 1,26 m

7.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) mt

8.º Toms Skujins (Let/Trek) a 1,29 m

9.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos) a 1,30 m

10.º Vincenzo Albanese (Ita/Eolo) a 1,39 m

PONTOS

1.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain)

MONTANHA

1.º Thibaut Pinot (Fra/Groupama)

JUVENTUDE

1.º Andreas Leknessund (Nor/Team DSM)

EQUIPAS

1.ª Ineos-Grenadiers 57.21,58 h

2.ª Jumbo-Visma a 1,49 m

3.ª Bahrain-Victorious a 2,15 m