«Estou acabado! Estou morto! É um dos piores dias da minha vida»

Ciclismo «Estou acabado! Estou morto! É um dos piores dias da minha vida»

CICLISMO19.07.202322:11

«Estou acabado! Estou morto!». Estas foram as curtas frases de Tadej Pogacar para os responsáveis da Emirates durante a dura subida Col de Lozel e que marcaram a 17.ª etapa do Tour 2023 e, provavelmente, a decisão do 110.º.

A quatro dias da chegada a Paris e quando levava já 2.46m de atraso na etapa em relação a Jonas Vingegaard - alguns quilómetros antes saíra disparado, acabando por dar quase 6m ao principal rival -, o esloveno entregava, definitivamente, a camisola amarela ao dinamarquês que agora lidera com vantagem de 7.25m.

«É claro que é uma grande deceção e definitivamente não era o que queria no início da etapa. Não sei o que me aconteceu. Tentei comer o máximo possível, mas não foi parar nada às pernas. Cheguei ao final da subida realmente vazio. Ficou tudo no estômago. Sentia-me completamente vazio após 3.30h, na base do Col de la Loze».

«Se não tivesse tido tanto apoio na subida poderia até ter perdido o lugar pódio. Mas continuei a lutar com a ajuda do Marc [Soler]. Estou-lhe grato e a todos os meus companheiros», explicou o vencedor do Tour em 2020 e 2021 sobre a falta de reação ao ataque de Vingegaard.

Na verdade, a etapa começara logo azarada para o líder da Emirates pois caiu nos quilómetros iniciais. Quando o pelotão ainda se preparava para atacar o Col de Saisies, tocou na roda de outro corredor e caiu, ficando com vários raspões, visíveis no corpo e equipamento. Ainda assim recuperou e voltou a integrar o grupo dos favoritos.   

«O acidente surgiu numa situação muito infeliz. O grupo estava a começar a rolar quando um tipo travou bem à minha frente e fiquei preso na roda dele. Às vezes acontece merda... Não me doi muito o joelho por causa do acidente – só um bocadinho -, mas não sei se terá acabado por afetar-me».

«Penso que estive muito melhor na etapa de Granon, por isso posso dizer que este foi um dos piores dias da minha vida no ciclismo. Mas tinha de continuar a lutar e foi então que o Marc Soler realmente ajudou a levar-me ao limite e consegui chegar ao fim», conta Tadej que já partira com 1.48m de atrasou em relação a Vingegaard após o show deste no contrarrelógio da véspera.

«Espero conseguir recuperar nos próximos dois dias. Podemos vencer na 20.ª etapa. Esse pode ser um bom dia para apontarmos à vitória. Hoje a equipa esteve superforte. Se conseguirmos ganhar então uma etapa pode ser ótimo. Isso e manter-me no pódio com Adam Yates [3.ª] seria um bom final de prova», rematou Pogacar.