Catarina e Bárbara lutam pelo bronze em Tóquio

Portuguesas em destaque no último 'grand slam' e prova do Circuito Mundial em 2023

Após cerca de 11 meses de competição, Portugal pode terminar a temporada de 2023 no pódio com Catarina Costa (-48 kg) e Bárbara Timo (-63 kg) a disputarem, este domingo, a medalha de bronze no Grand Slam de Tóquio, 16.ª e última etapa do Circuito Mundial.

Com a prova japonesa a ter a tradicional particularidade de colocar em ação as categorias mais leves no último dia – a par dos +100 kg - 100 kg e - 78 kg- , Catarina (8.ª do ranking), de 27 anos, terá pela frente a judoca de Taipé Chen-Hao Lin (34.ª), quem já defrontou por duas ocasiões - 2019 e esta época no Grand Slam da Mongólia – e sobre a qual levou sempre a melhor. 

Isenta da ronda inaugural por ser cabeça de série, a olímpica da Académica de Coimbra, medalha de prata no Europeu de Montpellier, há um mês, começou o dia por eliminar a sul-coreana Kyeoncha Lee por castigos após 1.53m de prolongamento. 

Mais rápido foi o confronto dos quartos de final com a japonesa Kano Miyaki (32.ª), a quem impôs ippon logo aos 20s, mas que apenas foi confirmado quase um minuto depois pelo vídeo-árbitro e quando havia sido assinalada a vitória a Miyaki por imobilização. 

A derrota na meia-final aconteceu frente a uma velha conhecida, Julia Figueiroa (22.ª), que registou dois wazaris a Catarina, o último ainda com 1.49m no cronómetro. Foi a sétima ocasião que as duas se encontraram, com a veterana espanhola de 32 anos a desfazer a igualdade (4-3). 

Quanto a Bárbara (17.ª), a luta pelo último degrau do pódio será contra Joanne Van Lieshout (15.ª), de 21 anos. As duas nunca se encontraram, mas a neerlandesa foi 3.ª classificada no Mundial de Doha, em maio. 

A primeira vitória desta incrível jornada no Japão, onde a partir de amanhã a Seleção efetuará um estágio, aconteceu face à espanhola Cristina Cabana (25.ª) na 1.ª ronda, com um segundo wazari a 58s do fim, ultrapassando de seguida a israelita Gili Sharir, 3.ª do ranking, num combate muito tático e que só terminou aos 1.21m do ponto de ouro, momento em a adversária receber o terceiro castigo por falso ataque. 

Na terceira ronda a judoca do Benfica defrontou e superou a neerlandesa Geke Van den Berg (28.ª), graças a um wazari a 0,28s do fim, e nos quartos de final teve de combater 6.41m com a eslovena Andreja Leski (10.ª), também resolvido por shidos. 

Na semifinal, Timo, de 32 anos, viu-se imobilizada a 38s do fim pela nipónica Miku Takaichi (4.ª), prata no Masters de Budapeste, em agosto, e campeã asiática há um mês.

Neste último dia de competição estiveram também em ação outros três atletas. Raquel Brito (-48 kg) viu-se obrigada a 3.58m de prolongamento para derrotar, com três shidos, a gabonesa Virginia Aymard (57.ª), no entanto, na segunda ronda a judoca do Algés (45.ª) foi impedida de passar aos quartos de final pela mongol Baasankhuu Bavuudorj (12.ª) que marcou dois wazaris. 

Quanto a Joana Diogo (-52 kg), a atleta do JC Coimbra (32.ª) também levou a melhor face à americana Malia Soberano (172.ª), registando um ippon quando já tinha wazari, porém, na segunda ronda sentiu grandes dificuldades para impor o seu judo contra a mongol Sosorbaram Lkhagvasuren (23.ª), que veio a ganhar por ippon. 

Em bom plano esteve Miguel Gago (-66 kg, 186.º) na estreia no slam japonês. O jovem da Académica de Coimbra, de 19 anos, que ficara isento da primeira ronda, derrubou o colombiano Juan Hernandez (32.º) graças a um wazari a 1.17m do fim, mas depois já encontrou maiores problemas no combate com o moldavo e n.º 1 mundial Denis Vieru, que na capital japonesa teve que se contentar com a medalha de bronze.