Camila sai das redes sociais e já tem duas pratas em Chengdu (vídeo)

Natação Camila sai das redes sociais e já tem duas pratas em Chengdu (vídeo)

NATAÇÃO04.08.202322:07

«Estar no pódio é sempre um momento único. Tenha sido por causa dos 200 costas ou desta vez, é sempre especial… Nem sei explicar…», começou por referir, sem muitas palavras, mas com um grande sorriso, Camila Rebelo a A BOLA após esta sexta-feira ter conquistado mais uma medalha de prata nos 31.º Jogos Mundiais Universitários Chengdu-2023, na China. Desta feita nos 100 costas com 1.00,52m, que também passa a constituir novo recorde nacional.

«Como havia dito há dois dias, vim para a Universíadas para dar o melhor, significasse isso chegar ou não às medalhas. Mas claro que consegui-las para Portugal é bom e permite desfrutar ainda melhor esta competição que considero ter um ambiente que serve de treino para aquilo que irei encontrar nos Jogos Olímpicos».

«Tenho-me divertido imenso e quero continuar a fazê-lo nos próximos dias», acrescentou a estudante do 3.º ano de medicina que, sábado, estará de novo em ação. Agora nos 50 costas.

Na final Camila, de 20 anos, apenas foi superada pela polaca Adela Piskorska com 1.00,20, ficando o bronze para a italiana Federica Toma, 1.00,65. As três já haviam sido as mais rápidas nas meias-finais, momento em que Camila obteve a segunda melhor marca, 1.01,09m e superou largamente os 1.02,45 que a deixaram em 6.ª entre as 30 adversárias das eliminatórias.

«Bater o recorde nacional [1.00,66m], que era meu desde o Europeu de Roma-2022, é igualmente bom. Significa que estamos a trabalhar bem, serve para que o foco não se limite aos 200 costas e ajuda a estar em condições para os 100».

«Porém, este era um tempo que já queria ter melhorado. Nas eliminatórias do Mundial de Fukuoka [semana passada], havia conseguido 1.01.27, o que não é mau para de manhã. Só que nas provas de 100 a este nível é difícil passar para a tarde, por isso ter feito agora este tempo foi ótimo», reforça a internacional do Louzan.

Mas estes 1.00,52m significam que fez uma prova perfeita? «Nunca há provas perfeitas», diz de imediato. «Existe sempre algo para melhorar. Essa perfeição nunca existirá e agora irei rever tudo e analisar o que posso aperfeiçoar, o que terei de treinar mais e melhor para que continue a evoluir. Queremos sempre fazer melhor e sempre que acontece aos 100 dá-me nova margem de evolução para os 200 pois, pois existe um trabalho paralelo».

Mas, uma vez que já está qualificada para os Jogos de Paris-2024 aos 200 costas, agora também vai tentar o mesmo aos 100? «É como referi, melhorar numa, ajuda a outra. A minha prova mais forte são os 200, isso é óbvio, mas se evoluir nos 100 pode ser que se consiga alguma coisa engraçada», deixa no ar Camila que para carimbar o visto na mais curta terá de cumprir o mínimo A 59,99s.   

O que poucos sabem é que, desde que as competições de natação começaram em Chengdu-2023, Camila Rebelo afastou-se completamente das redes sociais. O que não ser fácil para quem está longe de casa e dos amigos há já quase três semanas, que antes do Mundial de Fukuoka ainda cumpriu sete dias de estágio em Nagasaki com a Seleção.

Porquê a decisão? «Queria focar-me nas minhas provas e não estar constantemente a ver as partilhas e tudo o resto. Acho que foi uma boa aposta», justificou. Disso não há dúvida.