Autarca de Paris vai a banhos no Sena antes dos Jogos Olímpicos

Há mais de 100 anos que é proibido mergulhar no local que acolherá provas de natação e triatlo

Anne Hidalgo prometeu e vai cumprir. A presidente da Câmara de Paris anunciou que vai mesmo mergulhar nas águas do Sena na semana de 15 de julho e provar que é possível fazê-lo sem problemas, apesar das muitas questões levantadas sobre a poluição no rio parisiense.  

Quando falta pouco mais de um mês para o início dos Jogos Olímpicos, a autarca reitera a intenção e promete cumprir a promessa feita em janeiro de forma a justificar que o investimento que tem feito, com o apoio do estado francês, valerá a pena e que é visível a redução da contaminação do rio. O Sena vai acolher o segmento de natação do triatlo e a prova de 10 quilómetros de águas abertas, tendo suscitado muitas dúvidas em relação à qualidade das suas águas, onde, de resto, é proibido a qualquer cidadão banhar-se, desde 1923.

Em agosto do ano passado, aliás, foram suspensas as provas que serviriam de teste aos Jogos devido às questões ambientais.

Hidalgo prometeu, a 10 de janeiro, no seu discurso de Ano Novo, dar um mergulho no Sena antes dos Jogos Olímpicos para mostrar que é possível nadar no rio parisiense e o mergulho estava previsto para dia 23, mas teve de ser adiado devido ao forte fluxo das águas e ao anúncio das eleições legislativas antecipadas. De cada vez que chove em Paris a poluição das águas fica visível, mas, mesmo assim, a presidente da câmara quer voltar a ter praia e banhos no rio em 2025 e a confiança do vereador do desporto é tanta que afirmou: «Não temos um plano B para o triatlo, porque não há necessidade. Na pior das hipóteses, podemos adiar a competição se houver uma tempestade, mas o Sena será banhável, isso é certo», explicou Pierre Rabadan.

A cerimónia de abertura dos JO será um desfile náutico inédito no Sena, no dia 26 de julho.

Hidalgo vai assim cumprir a sua promessa e também a do antigo presidente Jacques Chirac que, em 1990, prometeu tomar banho no Sena mas nunca cumpriu ao contrário do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que, em 1989, então candidato à Câmara municipal de Lisboa nadou no Tejo e de Pedro Fidalgo Marques, há duas semanas, cabeça de lista do PAN às eleições europeias.